Aveiro quer incluir produção tradicional de sal no Património Cultural Imaterial

A Câmara Municipal de Aveiro vai avançar com um pedido de inscrição da produção tradicional do sal no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. O anúncio foi feito pelo presidente da autarquia, Ribau Esteves. A candidatura tem como principal propósito a preservação deste património milenar e a valorização da identidade cultural de Aveiro.
“Há aqui um objetivo primeiro que é guardar formalmente esta memória em registo formal e, por aí, também criar incentivo para a sua preservação e aumentar a atratividade para o seu conhecimento. São objetivos de primeira linha que nós temos com esta inscrição que queremos fazer”, referiu o autarca ao Porto Canal.
A extração de sal em Aveiro remonta pelo menos ao ano de 959, sendo uma atividade de enorme relevância económica no passado. A par da cerâmica, o sal foi, durante séculos, um dos produtos mais exportados pela região para vários países. Porém, com o passar dos anos, a exploração do salgado aveirense, que ocupa uma área de quase 2.600 hectares, entrou em declínio. Atualmente, são poucas as marinhas que se mantêm em atividade. “Em produção são um pouco mais de meia dúzia, não chega a uma dúzia, arredondando a conta”, revelou Ribau Esteves.
Ainda assim, os métodos ancestrais da produção artesanal do sal podem ser observados no Ecomuseu Marinha da Troncalhada, uma salina adquirida pela autarquia em 1995 e transformada num museu ao ar livre.