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Aumento da violência sexual em Leiria preocupa associação portuguesa

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A Associação Mulher Século XXI, em Leiria, está preocupada com o aumento dos casos de violência sexual registados no primeiro semestre deste ano e destaca o crescimento de casos de violência doméstica contra homens.

Numa nota de imprensa, a presidente da Associação Mulher Século XXI, Susana Pereira, revela que dos 101 casos atendidos no Gabinete de Apoio à Vítima do Departamento de Investigação e Ação Penal de Leiria, 79 foram mulheres e 22 homens.

Oitenta denúncias estão relacionadas com violência doméstica e 20 com violência sexual.

“Notamos um aumento da violência sexual, que muito nos preocupa”, refere, em comunicado, ao apontar que 63 dos crimes foram contra menores.

As faixas etárias são maioritariamente 12-15 (25 casos), 6-9 (15 casos), 10-11 (12 casos).

Dos 96 casos novos recebidos no Centro de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica de Leiria (mais dez face ao primeiro semestre de 2023), dez foram homens.

As denúncias por parte do sexo masculino levam a associação a acreditar que “os preconceitos do ‘homem não chora’ ou do ‘homem que nunca é vítima’, começam a ser lentamente ultrapassados, mostrando alguma evolução de comportamento”.

No caso das mulheres, as faixas etárias predominantes situam-se nos 36-45 anos e nos 46-55 anos. Já nos homens foram maioritariamente maiores de 65, seguida da faixa etária dos 26-35 anos.

“A violência acontece predominantemente entre cônjuges, que coabitam, ou ex-companheiros/as. Já a tipologia de violência presente foi psicológica, em 95 casos, física (70 casos), sexual (21 casos) e económica (19 casos)”, revela a associação, ao apontar que 28 das vítimas eram estrangeiras.

A Mulher Século XXI contabilizou ainda 28 acolhimentos de emergência nos primeiros seis meses (menos um), dos quais 16 são mulheres (faixa etária predominante 36-45) e 12 dependentes. “Vêm de situações de violência psicológica com cônjuges e ex-companheiros, mas também física (15 casos) e sexual (seis casos).”

Nove das vítimas acolhidas não eram de nacionalidade portuguesa. “Na realidade, os últimos 16 acolhimentos (oito mulheres e oito dependentes) foram imigrantes.

Na Resposta de Apoio Psicológico para Crianças e Jovens, dos 23 casos novos – registados metade devido à ausência de uma psicóloga -, 16 crianças e jovens são raparigas e em 18 dos casos o alegado agressor foi um dos progenitores, enquanto em 21 situações era do sexo masculino.

A associação alerta ainda para o aumento da violência no namoro e na internet, contra crianças e jovens, que defende ser um tema a ser “amplamente discutida”.

“A Mulher Século XXI tem vindo a assumir um compromisso com os agrupamentos escolares, na sensibilização das temáticas de violência no namoro e igualdade de género”, adiantou.

No ano letivo passado, foram realizadas 58 sessões de informação e sensibilização em diferentes instituições educativas do distrito, alcançando 2365 alunos e 116 pessoal docente e não docente.

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