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Assim não chega

Rui Rio nunca soube muito bem onde é o seu posicionamento político.

Com a “endurance” – como ele diria, que adquiriu na Câmara Municipal do Porto, achou que poderia ser o vice-rei-do-norte. – Por sinal o “lugar vago”, pela lei da morte, normalmente ocupado por elementos do seu espectro político.

Quero crer que pela convivência com António Costa quando líderes das maiores Câmaras Municipais portuguesas, Rio não se desviou muito de Costa. Mais rigorosamente: sempre tentou não andar muito distante.

Eleito líder do PSD em Janeiro de 2018 para um primeiro mandato, muito houve a dizer… e eu mesmo disse, pareceu-me que foi mais um desafio seu, pessoal (por prosápia?) que gerou o que gerou no seio do PSD.

O segundo mandato não seria para ganhar mas os erros de cálculo – estas coisas de eleições político-partidárias, sejam para órgãos decisores no país, têm sempre um time, como também diria o próprio Rio – por força de um estardalhaço existente no interior do PSD, e porque o tal tempo / calendário eleitoral não permitia muitos devaneios. Rio voltou a ganhar em Janeiro de 2020, aparentemente as águas amainaram mas aqui adquiriu uma postura mais estável porque outros históricos entenderam que as coisas não estavam para modas e se aproximaram não sem tocar a rebate.

Rio tomou mais élan em si, ar de à vontade muito bem conseguido particularmente na coloquialidade, muitas vezes com posturas de estadista.

A sua própria iniciativa de pedir – e conseguir – que o Primeiro Ministro (PM) passe a ir ao Parlamento mais amiúde não foi tanto para o beneficiar quando (?) for Primeiro Ministro, beneficiou de imediato o seu amigo Costa e porque não é líquido que o PSD – se calhar menos ainda Rio subam tão brevemente à tribuna de PM abriu e deu o jogo todo a Costa.

Costa não desaproveitou, começa a capitalizar com este dislate, descarta de imediato o “Bloco Central” – e tão ousado, tão “optimista impenitente e irritante” como também ele diria, e sem ouvir previamente o BE nem o PCP, lança o pedido público de união de facto, nos moldes com que fizera a Marcelo em Maio. (Comprometendo-o para além das presidenciais de Janeiro de 2021).

O CDS que vai desenfreadamente a pior, já deviam perdoar a Cristas, pelo rumo que leva. Creio até que um simples Smart fará o transporte do táxi.

Rio, que apesar de tudo não é cego, botou o olho ao Chega, ao que lhe restava. Só que Ventura confiante, não quer quem lhe ampare a loja, não só para verificar a sua força (eleitoral) que será nitidamente a subir, mas atento às movimentações políticas. A André Ventura basta olhar em frente.

Ora restaria, realmente, o Chega a Rio, para lançar o barro. Só que seria demasiado óbvio que ninguém ia gostar e muito especialmente no PSD.

Ora agora os dados estão em cima da mesa. Muitas ideias vão irrigar, muita tinta vai correr e a política nem vai em férias.

(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico)

 

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