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Artista portuguesa selecionada para exposição nos EUA

A artista portuguesa Mónica de Miranda faz parte do grupo escolhido para a exposição central da bienal internacional de fotografia FotoFest, que decorre a partir de 08 de março em Houston, no estado norte-americano do Texas.

O nome de Mónica de Miranda consta da lista de artistas, de várias nacionalidades, que integram a exposição central “African Cosmologies” da edição deste ano da bienal FotoFest, que decorre desde 1986, disponível no ‘site’ oficial daquela iniciativa.

“African Cosmologies”, que estará patente entre 08 de março e 19 de abril, é uma “exposição em larga escala que examina as relações entre a vida contemporânea em África, a diáspora africana, e histórias de colonialismo, fotografia e direitos e representação”.

A mostra “olha a história da fotografia como estando intimamente ligada a um projeto colonial e produção de imagem ocidental, destacando artistas que confrontam e desafiam esta linhagem de vistas curtas, embora canonizada”.

Além de Mónica de Miranda, integram a exposição artistas como Edson Chagas (Angola), Ernest Cole (África do Sul), Samuel Fosso (Camarões/França), Eustáquio Neves (Brasil), Rosana Paulino (Brasil), Aïda Muluneh (Etiópia), Saisal Abdu’Allah (Reino Unido), Jamal Cyrus (Estados Unidos) e Carrie Mae Weemns (Estados Unidos).

“Esta apresentação de diversas ideias, abordagens artísticas e histórias materiais, propõe uma ‘exploração cosmológica’ de África e da diáspora africana – uma que desafia a categorização fácil e os limites espaciais e temporais”, lê-se no texto de apresentação da mostra, que tem curadoria do britânico Mark Sealy.

“African Cosmologies” explora “várias noções de África e de africanidade, além das tradicionais linhas geográficas e históricas”, com os artistas a virarem o olhar “para as condições sociais, culturais e políticas que informam e influenciam conceitos de representação no que diz respeito à produção e circulação de imagens em África e além desta”.

“Estes artistas questionam as maneiras em que a subjetividade é construída e desconstruída pela câmara e, no processo, revelam legados de resistência por aqueles que desafiam ideias tradicionais de identidades sexuais, raciais, baseadas em género, e outras identidades marginalizadas”, refere a organização.

Entretanto, em Lisboa, está patente uma exposição de Mónica de Miranda, “Contos de Lisboa”, que reúne registos visuais e sonoros captados em bairros ‘informais’ da periferia da capital.

“Contos de Lisboa”, que fica patente no Arquivo Municipal Fotográfico até 16 de maio, é uma parte do projeto de pesquisa “Pós-Arquivo”, iniciado em 2009 por Mónica de Miranda, quando se mudou para Lisboa depois de quase 15 anos a viver em Londres.

Em construção e disponível ‘online’, em www.postarchive.org, o “‘Pós-Arquivo” reúne fotografias, documentos, áudios e vídeos que a artista tem recolhido em bairros de génese ilegal da periferia de Lisboa.

No âmbito da exposição, Mónica de Miranda doou ao Arquivo Municipal Fotográfico de Lisboa 239 imagens do “arquivo, em bruto, dos lugares que foram desaparecendo”.

“São imensas imagens que nunca consegui usar como trabalho artístico, porque eram de um teor jornalístico/documental, algumas bastante duras, de realidades profundas na cidade, um bocado escondidas e projetadas nos meios de comunicação social de uma forma muito distante do que estava a acontecer ali”, explicou, em declarações à agência Lusa, na semana passada.

Essas imagens “acabam por ser um conjunto de reflexões de uma cidade que já não existe”.

“Achei que as imagens tinham um valor importante para a própria memória da cidade, e decidi doá-las ao arquivo. Elas estão todas ‘online’, com a intenção de estarem disponíveis para estudantes, geógrafos, abertas a investigadores em geral, que estudem a cidade, porque são documentos de uma cidade que desapareceu”, explicou.

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