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Aprendizagem do Português na Ásia

{mosimage}«Portugal continua a ser potência histórica na Ásia»

O presidente do Instituto Português do Oriente (IPOR) considerou que Portugal continua a ser uma potência histórica na Ásia e que hoje há uma grande sensibilidade para a aprendizagem da língua portuguesa nos países da região.

Em entrevista à agência Lusa e ao Jornal Tribuna de Macau, António Vasconcelos Saldanha defende que o potentado histórico de Portugal na região asiática deriva de um "capital de memórias e percepções" que criam "condições de mobilidade e de diálogo".

Para o professor catedrático, há também hoje uma "sensibilidade" para a língua portuguesa que deriva dos negócios e das oportunidades que acabam por ser potenciadas pela "máquina IPOR", que funciona de forma descentralizada e concentrada "num ponto logístico de grande flexibilidade de gestão de interesses, que é Macau".

E como Portugal é um Estado sem grandes recursos, associa-se a quem os tem, sublinha Vasconcelos Saldanha para explicar os parceiros do IPOR como a banca, Fundação Oriente e mais recentemente a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, de Stanley Ho.

"A participação da STDM no IPOR corresponde ao interesse manifestado por Stanley Ho em cooperar com as autoridades portuguesas no âmbito da cultura", afirmou.

Na entrevista, António Vasconcelos Saldanha critica também o que considera ser o "falar muito mas pensar pouco" sobre o que é a comunidade portuguesa de Macau – uma comunidade composta por gente que veio de Portugal, por "locais" com ascendência portuguesa e chinesa e por chineses, a maioria dos quais sem qualquer ligação afectiva a Portugal.

Defendendo que são as pessoas que têm que se organizar e pensar o que pretende enquanto comunidade para que esse objectivo não seja pensado por terceiros, Vasconcelos Saldanha sustenta que antes de responder ao conceito de comunidade, há que definir quem dela faz parte, quais os seus elementos de consistência e que bases lhe podem ser dadas para o futuro.

Doutorado em Direito, vice-cônsul para os Assuntos Culturais em Macau e presidente do Instituto Português do Oriente, Vasconcelos Saldanha veio para Macau por três anos e diz que encontrou o IPOR "com uma imagem desgastada e polémica".

Tal situação, explica, ficou a dever-se à transição de Macau, que obrigou a repensar toda a estratégia que deixou de ser assumida pela Administração portuguesa de Macau para ser tutelada por organizações em Lisboa com dinheiros do orçamento de Estado.

No entanto, resolvidos os problemas e com os associados sem dúvidas quanto ao projecto e à aplicação dos seus investimentos, Vasconcelos Saldanha vê crescer o número de alunos de português no IPOR "porque alguém acreditou que há um projecto, uma instituição qualificada e respeitável para ensinar português".

Para António Saldanha a mais valia do IPOR relativamente a outras instituições como a Universidade de Macau ou o Instituto Politécnico é que permite aos interessados em aprender portugu6es a realização de cursos de dois anos, um tempo muito inferior aos cinco anos dos cursos de português das instituições de ensino superior.

Instado a comentar o pedido de demissão de Maria José Stock do cargo de presidente do Instituto Camões – o sócio maioritário do IPOR -, Vasconcelos Saldanha disse não acreditar que tal situação possa ter repercussões na instituição a que preside.

"Julgo que a posição que tem junto do IPOR é naturalmente inalterável e parto do princípio que todos os projectos se mantêm, qualquer que seja o sucessor" de Maria José Stock, afirmou.

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