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António Gamito: Dia Mundial da Língua é uma forma positiva de afirmação

“Dia 5 de Maio é o Dia Mundial da Língua Portuguesa, mas é igualmente Dia da Língua Portuguesa na CPLP e estamos ainda durante a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia”, recordou António Gamito, em entrevista ao BOM DIA a propósito das comemorações desta data no Luxemburgo.

O diplomata vê também as comemorações deste dia como uma forma de afirmação nacional para as comunidades portuguesas e nomeadamente para os portugueses no Luxemburgo. “A importância da CPLP e da língua pode também medir-se pelo número de observadores da organização que não são lusófonos”, explicou, recordando que o Luxemburgo também tem esse estatuto na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Além deste assunto, António Gamito abordou em entrevista exclusiva ao BOM DIA questões ligadas à Presidência da UE. O diplomata lamenta que a pandemia não tenha permitido realizar as ações que estavam previstas mas elencou uma série de reuniões e encontros que foi tendo com as autoridades luxemburguesas e com outras forças vivas do país. “Temos de recuperar a parte social na Europa. Há que. manter o modelo social europeu, incluindo nele o futuro dos novos empregos”, defendeu Gamito, que assim resume alguns dos desafios da União Europeia e, consequentemente, da presidência lusa.

A conferência que tem lugar no Porto vai “recolher recomendações que podem ser aproveitadas no dia seguinte, no Conselho Europeu que podem, ou não, levar a uma declaração política que vai mais longe do que a de Gotemburgo”, explicou o diplomata. Para o Embaixador de Portugal no Luxemburgo, esta é a oportunidade de dar um “enorme passo para a coesão social”.

António Gamito abordou ainda questões relacionadas com a comunidade portuguesa no Luxemburgo, tais como o ensino de português, o movimento associativo, a participação política dos portugueses e os serviços consulares. Neste contexto, o diplomata declarou que o atendimento melhorou, também graças ao centro de atendimento criado em Portugal, e que permitiu “libertar recursos e atender as chamadas”.

O diplomata lamentou que a crise tenha afetado uma boa parte da população portuguesa no Luxemburgo, sobretudo aquelas pessoas que estão em “situação irregular. Para certas pessoas a situação ainda vai piorar”, teme o embaixador. “O custo de vida no Luxemburgo é altíssimo, sobretudo a nível imobiliário, o que torna a vida muito difícil para o estrato mais baixo da população portuguesa aqui que agora não consegue poupar”, descreve António Gamito. “Há um risco acrescido de portugueses caírem em situação de pobreza”, lamenta, fazendo um apelo: nas condições atuais, “não tenham vergonha de regressar a Portugal”.

Veja aqui a entrevista completa de António Gamito:

 

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