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Alterações climáticas para totós

Não, não vou chamar tótó a ninguém. Quem seria eu, uma mera mortal, para o fazer. Irei apenas tentar simplificar a forma como falamos de assuntos ambientais importantes nos dias que correm. Hoje é a vez das alterações climáticas, essas que abrem noticiários, levam pessoas à rua, pretendem acabam com sacos de plástico, mas que continuam a ser um bicho de sete-cabeças. Estes fenómenos sempre existiram nos 4,5 mil milhões de anos de existência do Planeta Terra, aquele onde nos sentimos em casa, tranquilos e felizes. O problema é que, neste último século, o ritmo dessas mudanças sofreu uma grande aceleração, podendo causar danos irreversíveis ao nosso lar.

A Terra está protegida por uma camada de gases como o dióxido de carbono, o metano, entre outros, (o chamado “efeito de estufa”), que mantêm as condições de temperatura essenciais para a nossa sobrevivência. Com o aumento da emissão de gases com efeito de estufa para a atmosfera, estes vão provocando um aumento na temperatura média da Terra, fenómeno conhecido como aquecimento global. São várias as origens desses gases, mas podemos dizer que as principais são a queima dos combustíveis fósseis e as atividades agropecuárias. E, mesmo que não pareça, o gado bovino polui mais a atmosfera que a frota automóvel. Nos últimos meses tem sido um tema recorrente nas notícias portuguesas.

Mas como explicar a um criador de gado que, as vacas que sempre teve e que são o seu sustento, poluem mais do que o seu automóvel? Estas questões são muito sensíveis e há que mostrar o problemas mas também as possíveis resoluções. Os gases libertados pelo aparelho digestivo dos animais ruminantes e os processos relacionados com a sua criação representam cerca de 18% das emissões poluentes para a nossa atmosfera, segundo dados da Organização das Nações Unidas, enquanto que o setor automóvel representa cerca de 13,5%. Então, deixar de comer carne será a solução?

Poderá ser uma das soluções. Embora reduzir o consumo de carne até faça bem à nossa saúde, existem outras formas de reduzir as emissões de gases, como o metano, pelos animais, não prejudicando tanto os criadores. Alguns estudos mostram que alterando a alimentação dos animais, estes podem libertar menos gases. Uma nova dieta pode, por exemplo, ajudar os animais a mastigar e digerir mais facilmente, evitando “arrotos de metano”. Alguns investigadores começaram a elaborar técnicas para a utilização do metano produzido pelas vacas. Há que pensar em medidas para controlar essas emissões de gases, e estou certa, que os cientistas irão agradecer a opinião de quem trabalha diretamente no setor.

O que importa é sempre “Think global, act local” (Pensar global, agir local) que, na minha opinião, é a melhor ferramenta que temos para contribuir de alguma forma para tentar minimizar este problema. Mas pessoas bem informadas, são pessoas melhor preparadas para agir.

Não, não somos totós. Somos parte do problema mas, principalmente, parte da solução.

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