Não sei se se lembram de há 45 anos, mas eu cresci com a liberdade em todas as paredes, a vermelho, gaivotas nos lábios e a poesia na rua.
Sei agora que era muito encenado e os que a promoviam queriam ditar as cores dos meus dias.
Mas ficou a liberdade, que não tem cor, é límpida e cristalina, sem ses nem mas. Integral, una e inegociável.
É nas acções que se corrompe, nunca nas palavras.
Quem age contra palavras não promove a liberdade. Só as acções podem corromper a liberdade.
A liberdade não pertence a um colectivo, pertence a cada um desde que nasce. Apenas outros lha podem subtrair. Só pode ser negociada por aquele, único, a quem pertence.
Agora vou dar uma volta com os animais da casa.
Está uma noite linda e clara. Esta noite não volta. Sei lá do amanhã. Alguém sabe?