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“Yes, she can”: Obama reforça apoio a Kamala Harris

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O ex-presidente norte-americano Barack Obama pediu aos eleitores para se organizarem e votarem em Kamala Harris em novembro, adaptando o seu ‘slogan’ de campanha para “sim, ela pode” durante a convenção democrata em Chicago.

“Kamala Harris não vai estar focada nos seus problemas, vai estar focada nos vossos”, afirmou na terça-feira (esta madrugada em Lisboa) ex-presidente, no discurso mais esperado do segundo dia da convenção. 

“Precisamos de um presidente que realmente queira saber dos milhões de pessoas que se levantam todos os dias e fazem trabalho essencial”, disse Barack Obama. “Que defenda os seus direitos a negociar melhores salários e condições de trabalho. Sim, ela pode”, acrescentou.

Num discurso de cerca de meia hora, o ex-líder democrata homenageou Joe Biden, que foi seu vice-presidente durante oito anos antes de ser eleito chefe de Estado em 2020. 

“A História vai lembrar Joe Biden como um presidente excecional que defendeu a democracia do perigo iminente”, afirmou Obama, destacando o altruísmo da desistência, “uma das coisas mais raras em política”. 

O ex-presidente também criticou Donald Trump, afirmando que é “um milionário de 78 anos que não parou de se queixar dos seus problemas desde que desceu as escadas rolantes há nove anos”. Obama referia-se à imagem que ficou associada ao momento em que Trump anunciou que se ia candidatar à presidência, depois de descer as escadas rolantes da Trump Tower em Nova Iorque, em 2015.

O ex-líder democrata lamentou ainda as “alcunhas infantis” que Trump dá aos oponentes, as teorias da conspiração que defende e “a estranha obsessão com o tamanho das multidões”. 

Caracterizou o candidato republicano como alguém que só está interessado em cortar os impostos para si e para os amigos milionários e não quer saber se as mulheres perderam direitos sobre o seu sistema reprodutivo, porque tal não o afeta. 

“Donald Trump vê o poder como nada mais que um meio para chegar aos seus fins”, continuou. E quando a multidão fez ouvir o seu desagrado com Trump, Obama urgiu: “não apupem, votem”.

Do outro lado, disse, está uma dupla que pode levar os Estados Unidos a contar uma nova história, em vez de escolher a sequela de um filme que não foi bom da primeira vez. 

“A Kamala não nasceu no privilégio, teve de trabalhar pelo que alcançou”, disse Obama, lembrando que a candidata defendeu crianças vítimas de abusos sexuais, lutou contra políticas bancárias abusadoras e trabalhou em nome de proprietários que perderam tudo na crise do ‘sub-prime’ de 2008. 

“Ela vai trabalhar em prol de todos os americanos”, garantiu Barack Obama, que arrancou grandes ovações dos participantes na convenção. 

O ex-político dedicou uma parte do discurso a falar dos ideais que construíram os EUA e a necessidade de inspirar novamente os eleitores para que queiram defender a democracia. 

“O nosso trabalho é convencer as pessoas de que a democracia funciona”, afirmou. “Não podemos apenas apontar para o que conquistámos, temos de desenhar um novo caminho para ir ao encontro dos desafios atuais”. 

Obama notou ainda que “o resto do mundo está a assistir para ver se conseguimos fazer isto” e que nenhuma outra nação tentou construir uma democracia tão grande e diversa como esta. 

“Quando defendemos os nossos valores, o mundo torna-se um pouco mais brilhante”, afirmou. Quando isso não acontece, os ditadores “sentem-se encorajados” e o mundo corre maiores perigos. 

Obama notou o grande entusiasmo em torno da campanha de Harris e disse que isso mostra que a maioria dos norte-americanos não quer viver num país “amargo e dividido”. 

“Juntos, podemos construir um país mais justo, mais igual e mais livre”, disse Obama. “Ao trabalho”, instou. 

A convenção nacional democrata decorre em Chicago até 22 de agosto, dia em que Kamala Harris aceitará oficialmente a nomeação como candidata presidencial.

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