Sunak, sob pressão da ala direita do partido, que pretende impedir qualquer recurso legal contra as deportações, afirmou esta quinta-fera, numa conferência de imprensa, que não permitirá que “qualquer tribunal estrangeiro bloqueie” os voos para o Ruanda.
“Vamos pôr estes aviões no ar. Vamos dissuadir os imigrantes ilegais de virem para cá, e vamos finalmente parar os barcos” que chegam às costas britânicas através do Canal da Mancha, insistiu.
A demissão, na quarta-feira, do secretário de Estado da Imigração, Robert Jenrick, por considerar que esta nova versão do projeto de lei não vai “suficientemente longe”, aumentou a pressão sobre o chefe do Governo.
A antiga ministra britânica do Interior, Suella Braverman, despedida no mês passado, urgiu hoje Sunak a “mudar de rumo” e instou-o a alterar a proposta de lei por considerar estar condenada ao fracasso.
Braverman quer impedir recursos de migrantes ao abrigo de leis como a Convenção Europeia dos Direitos Humanos.
“Não se pode fazer ajustes a este problema. Não podemos ficar-nos por meias medidas. Temos de excluir totalmente o direito internacional – a Convenção sobre os Refugiados, outras vias de recurso mais alargadas”, disse, em declarações à BBC.
O texto apresentado aos deputados hoje, a terceira versão de um texto controverso apresentado primeiro pelo antigo primeiro-ministro Boris Johnson e bloqueado pelos tribunais, “responde fundamentalmente às preocupações do Tribunal Supremo (equivalente ao Tribunal Constitucional em Portugal)”, garantiu Rishi Sunak.
No mês passado, os magistrados britânicos consideraram ilegal o plano de deportar para o país africano os requerentes de asilo, manifestando a preocupação com a sua segurança.
“Não permitirei que nenhum tribunal estrangeiro bloqueie estes voos. Se o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos de Estrasburgo decidir intervir contra a vontade expressa do nosso Parlamento soberano, farei o que for necessário para garantir que os voos são autorizados”, garantiu Rishi Sunak.