União Europeia ajuda Angola a reduzir economia informal
A União Europeia (UE) e o Governo angolano assinaram este domingo, em Luanda, o desembolso da primeira parcela fixa de dez milhões de euros para o apoio à formalização da economia.
O acordo, assinado no âmbito da 6.ª reunião ministerial Caminho Conjunto UE-Angola pelo ministro da Economia e Planeamento angolano, Mário Caetano João, e pela representante da UE em Angola, Rosário Bento Pais, inclui também apoio à proteção social e à gestão das finanças públicas.
Em declarações à imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, que copresidiu a reunião em representação do Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, considerou o encontro profícuo e de grande utilidade para a as partes.
Segundo João Gomes Cravinho, a reunião serviu para o balanço do que tem sido “uma cooperação extremamente fértil” nestes anos mais recentes entre Angola e a UE, projetando o futuro.
“Nessa reunião podemos tomar nota de alguns desenvolvimentos pioneiros desta relação entre Angola e a UE, refiro-me por exemplo ao acordo para a facilitação do investimento sustentável, ao memorando de entendimento recentemente asseando entre a UE, Angola e outros parceiros para o desenvolvimento do Corredor do Lobito e outros parceiros”, disse.
Além de tomar nota destes desenvolvimentos mais recentes, destacou João Gomes Cravinho, foi também analisado o espetro de matérias cobertas pela “relação rica e densa” entre a UE e Angola e partilhar os pontos de vista das partes sobre dinâmicas internacionais, regionais no continente africano, em particular a situação no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), na República Centro-Africana (RCA), entre outros.
“E também circunstâncias internacionais que nos preocupam a todos nomeadamente aquilo que resulta da invasão da Ucrânia pela Rússia”, acrescentou.
João Gomes Cravinho, instado a comentar o interesse cada vez maior dos Estados Unidos da América (EUA) de investir em Angola fora do setor petrolífero, disse que a atração do país africano como um local para investimento americano é encarada como “algo extremamente positivo para a economia angolana e também para os investidores europeus que se interessam por Angola”.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores angolano, Téte António, disse que a 6.ª sessão ministerial é a expressão de “um salto qualitativo” que foi dado na relação entre Angola e a UE.
“Nós saudamos este mecanismo que é um mecanismo específico para a República de Angola, esse salto qualitativo é demonstrado pelos factos que o ministro acaba de citar, mas também pela qualidade das nossas conversações e a harmonia plena cada vez que nos encontramos, e particularmente hoje, que abordamos aspetos relacionados com a nossa cooperação bilateral”, disse.
O chefe da diplomacia angolana salientou que foram abordadas questões regionais, o esforço que Angola tem levado a cabo nas regiões em que está inserida, sobretudo o que diz respeito à procura de paz na RDCongo e RCA, bem como as ameaças de terrorismo e as mudanças institucionais, que preocupam também o continente africano.
“A parte angolana também, no que diz respeito à África Austral, na sua qualidade de presidente da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), recordou a preocupação do Presidente João Lourenço relativamente à questão das sanções contra o Zimbabué, porque para nós preocupa e encorajamos que se continue o diálogo no sentido do levantamento destas sanções”, disse.
Téte António reforçou que esta questão tem sido objeto de diálogo não só nas reuniões bilaterais com a UE, mas também no âmbito da parceria com a SADC e o compromisso é de continuar a trabalhar no sentido de se alcançar este resultado.