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Trump acusado de tentar alterar resultado de eleições

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Donald Trump foi hoje indiciado pelas tentativas de inverter o resultado das eleições presidenciais de 2020, a mais grave acusação contra o ex-presidente que já enfrenta dois processos criminais.

O principal favorito às primárias republicanas para as eleições de 2024 foi acusado de “conspiração contra o Estado dos Estados Unidos”, obstrução de um processo oficial e violação dos direitos eleitorais, na sequência de uma investigação supervisionada pelo procurador especial Jack Smith.

“Apesar da sua derrota, o arguido estava determinado a manter-se no poder. Como resultado, por mais de dois meses após a eleição de 03 de novembro de 2020, o réu espalhou falsidades de que houve fraude que alterou o resultado e que ele de facto ganhou”, observa a acusação.

“As alegações eram falsas e o arguido sabia que eram falsas, mas o arguido repetiu-as e divulgou-as amplamente, apesar de tudo”, lê-se na acusação.

Segundo vários meios de comunicação social norte-americanos, o antigo Presidente, que já foi acusado duas vezes em dois outros processos, foi convocado para comparecer no tribunal federal de Washington na próxima quinta-feira.

Trump anunciou, a 18 de julho, que tinha recebido uma carta de Jack Smith informando-o de que era pessoalmente visado pela investigação federal sobre as tentativas de anulação dos resultados das eleições presidenciais de 2020 e, em particular, sobre o assalto ao Capitólio de 06 de janeiro de 2021.

Nesse dia de 2021, de contagem dos votos do colégio eleitoral que confirmavam a vitória do democrata Joe Biden, Trump fez um discurso inflamado aos seus apoiantes reunidos não muito longe da Casa Branca, apelando-lhes para que “lutassem como o diabo” contra os resultados da eleição presidencial que os representantes eleitos tinham de certificar.

Uma multidão invadiu então o Capitólio, num cenário de violência e caos que chocou a América e o mundo.

“Porque é que não fizeram isto há dois anos e meio? Porque é que esperaram tanto tempo? Porque queriam que acontecesse mesmo a meio da minha campanha”, escreveu hoje Trump na rede social Truth ainda antes de conhecer as acusações.

Estas são as acusações mais graves apresentadas contra o antigo chefe de Estado, que já enfrenta acusações criminais pelo alegado tratamento negligente de documentos confidenciais da Casa Branca e por pagamentos suspeitos a uma antiga atriz de filmes ‘porno’.

Donald Trump, 77 anos, tornou-se este ano o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a ser acusado criminalmente pelos tribunais federais.

Apesar disso, o tempestuoso político bilionário mantém a lealdade de uma grande parte do seu partido: lidera as sondagens para a nomeação republicana e está mesmo a aumentar a diferença em relação ao ‘número dois’, o governador da Florida Ron DeSantis, que tem acumulado uma série de passos em falso desde o início da sua campanha.

Ainda não é claro qual o impacto que esta última acusação terá na candidatura de Donald Trump à Casa Branca. 

Nas últimas semanas, o ex-presidente já denunciou uma “caça às bruxas”, uma nova “interferência eleitoral” e um “uso político” do sistema de justiça para o impedir de ser candidato.

Dando continuidade a uma longa campanha de desinformação, Trump continua a afirmar, sem qualquer prova, que as eleições de 2020 lhe foram “roubadas”.

Os problemas podem não ficar por aqui para Trump: a procuradora Fani Willis do estado da Geórgia deverá também anunciar até setembro o resultado da sua investigação sobre as pressões que o antigo anfitrião do concurso televisivo “The Apprentice” exerceu para tentar alterar o resultado das eleições presidenciais de 2020 neste estado do sul do país.

Donald Trump deixou a Casa Branca em 2021, depois de ter sido alvo de dois processos de destituição durante o seu mandato: um por ter pressionado a Ucrânia a dar-lhe informações embaraçosas sobre Joe Biden e outro pelo seu papel no ataque ao Capitólio.

Foi absolvido em ambos os casos por causa da maioria republicana que então havia no Senado, mas vários dos seus apoiantes foram condenados e sentenciados nestes casos, incluindo o seu diretor de campanha de 2016 e o seu advogado pessoal.

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