A tarde cai lentamente neste longínquo Timor
Devagarinho o sol avermelhado se esconde
É a Terra do Sol Nascente, és tu meu amor
Que ficaste lá longe, já nem sei onde.
Os contorno de cada monte é fascinante
O sol emerge avermelhado aqui em Díli
Na ilha de Jaco é tudo deslumbrante
Magistral o por do sol aqui e ali…
Durante o dia a ilha tem sua beleza
São paisagens de gargantas abertas
Abismos, desfiladeiros, a pureza e a natureza
Das águas e das alturas do monte Ramelau.
Verduras, sombras, búfalos e veados
Areia branca e loucas cavalgadas
Na ponta leste desde Los Palos até Tutuala
Dos pássaros coloridos e das catatuas.
Beleza e mistérios mais os meus vinte anos
Ouço o rufar dos tambores, vejo as ribeiras defraudadas
É dia de festa, uma cabana e um lagarto estirado ao sol
São as fragas abruptas, e as fontes borbulhantes.
Quando a noite vai caindo neste longínquo Timor
Lá longe Longe longe, vejo o dorso da serra
Na ponta do fim do mundo, eu estou aqui meu amor
Estou de tronco nu e dançando aqui longe nesta terra.
José Valgode
Nota: Escrito algures em Timor em 1970