
Timor um povo que guarda sua história
Que respeita seus homens anciãos
Respeita seus régulos e sua juventude
Povo hospitaleiro que não baixa as mãos.
Timor da minha audácia e minha cobardia
Timor do Sol Nascente e da minha dor
Gente que vive e luta pelo seu dia-a-dia
Timor da minha audácia, e do meu grande amor.
Na ponta do fim do mundo, sangue que nas veias corria
Timor foi chaga aberta no tempo das descobertas
Ilha da minha audácia e da nossa cobardia
Povo hospitaleiro com suas portas abertas.
Ilha proa de um povo que dança e canta
Nos Sucos e também em Covalima
Ilha onde a saudade me mata e encanta
Povo que cai e logo depois se levanta!
Povo que brilha no poente e no levante
Terra que foi tantas vezes usurpada
Humilhando um povo humilde e pacífico
Usurpadores gritavam: Esta Terra é minha.
O povo deixou casa, horta, e fugiu para as montanhas
Envergonhai-vos todos que foram usurpadores
Que causaram dor e morte nas entranhas
De um povo que já viveu tantas e tantas dores!
José Valgode