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Colunistas

Ser Mulher

Deixam-me nascer
Às vezes
Para me aprisionarem
No meu corpo
Quase sempre

Enquanto jovem e bela
Desejam-me com gulodice
Quando cansada e velha
Trocam-me pela meninice

Dizem-me romântica
E pouco sexual
Até inventaram para o efeito
A máquina de lavar

Quase todos os manuais indicam
Junto com estudos sapientes
Somos feitas de uma matéria-prima
Que nos molda e nos transforma
Em seres divinais e omnipresentes

Para alguns
Somos a tempo inteiro
Para tantos
Servimos de cinzeiro

Quantas vezes nos colocamos
Pelos dias mais sombrios
À disposição de uns óculos escuros
Para evitar desafios

Nunca conseguimos atingir a meta
Mesmo se para além dela já partimos
(A história da humanidade é certa
Muitas vezes escrita de espada à cinta
E por pernas do meio como previmos)

Raros são os que sabem pensar
De mão dada com o seu par
Lado a lado a construir
A par e passo a recolher
O fruto apetecido
Trincado no devir

Em igualdade
E sem maldade…

Paula Sá Carvalho

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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