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Ser estagiária no BOM DIA

© BOM DIA

No inverno de 2022 concorri ao programa de estágios internacionais INOV Contacto cuja essência recai no mistério à volta do local e empresa para onde os candidatos serão enviados para vivenciar uma experiência profissional de 6 meses, em qualquer parte do mundo.

Na esperança de ser colocada num lugar exótico, que pusesse a minha zona de conforto à prova, em maio de 2023, soube que o meu estágio seria no BOM DIA, o maior e mais antigo jornal online para a diáspora, com sede no Luxemburgo, um ”Portugal fora de Portugal”, onde até tinha família.

Sendo um jornal online, uma grande facilidade é que a equipa do BOM DIA podia trabalhar de qualquer parte do globo. Por essa razão, ainda em Lisboa, fui logo desafiada a começar a escrever os primeiros artigos e a ter formação com o chefe de redação do jornal, e primeiro estagiário INOV Contacto da associação, Luís Cruz.

Para além dos mil e um trabalhos que já combinava na área jornalística e da fotografia, o Luís passou também a ter que fazer uma jiga–joga todas as tardes, para me mostrar o livro de estilo do jornal que orgulhosamente escrevera, enquanto assegurava as publicações no jornal, e ainda revia os primeiros grandes longos textos (quase jornalísticos) que me ía aventurando a escrever.

Não tardou até nos conhecermos pessoalmente na primeira cobertura de um evento a que me levou, dia em que madruguei para conduzir de Oeiras a Leiria, de onde depois fui conduzida pelo Luís a Mangualde, terra onde fiquei a conhecer algumas primeiras personalidades da diáspora portuguesa, no segundo Fórum dos Gabinetes de Apoio aos Emigrantes e ao Investimento da Diáspora.

Depois de um dia intenso, e com muito para absorver, terminei o dia mal alimentada (pois, claro, em Mangualde come-se carne e eu sou vegetariana), doente, e com uma paragem de emergência para pernoitar num hotel em Fátima, de tal que foi a intensidade deste primeiro dia de campo, mas que me impactou para o resto do estágio e me relembrou o quão admiro esta profissão que é o jornalismo.

Foi num marco igualmente importante para a associação, o Portugal + Funchal 2023, (leia-se Portugal Positivo Funchal), o primeiro evento de networking e promoção de Portugal e da sua diáspora organizado em Portugal, no âmbito do 22º aniversário do jornal, que fiquei a conhecer os restantes membros da equipa, na “Pérola do Atlântico”, ilha com mosquitos perigosos onde é necessário usar repelente forte, e obrigatório provar nikitas.

Bom, conheci todos, menos a poetisa e gestora de redes sociais do BOM DIA, Dévora Cortinhal, que apenas encontrei passados uns meses, na segunda conferência organizada pelo jornal em 2023, em Bruxelas, onde a equipa esteve mais uma vez reunida com vários elementos da diáspora que desta vez já conhecia bem, pelos vários eventos a que já tinha atendido na cidade das luzes, destino final do meu estágio, pela grande comunidade de portugueses que ali vive.

Recebida por um taxista (adivinhem) português que me levou do aeroporto até casa, Paris acolheu-me com manifestações violentas e carros incendiados pelas ruas da cidade, devido ao caso de Nadel. Esta foi apenas a minha introdução à encantadora cidade das luzes, conhecida também pelos ataques terroristas, cuja ordem do chefe de redação era “se vires, corre, e filma”, que sempre encarou a sua atividade jornalística como uma missão nobre, que cumpre rigorosamente acima de qualquer outra coisa.

Na conferência em Bruxelas, também ficou a conhecer melhor o outro estagiário, que se dizia colaborador do jornal, Álvaro Magalhães. Entre os softwares e reuniões da empresa alemã para a qual trabalha e as primeiras fornadas de pães e pães de deus da manhã na padaria de nome homónimo ao jornal, o Álvaro foi o meu grande companheiro nas manhãs de redação online, que lançava Lusas como ninguém, e acudia em títulos e problemas técnicos (e tantos outros) que íam surgindo ao longo destes seis meses.

Ao longo do estágio, tive ainda o privilégio de trabalhar com os chefes do BOM DIA, Raúl Reis e Ricardo Silva, que mesmo vivendo e trabalhando noutro país, entre as agendas preenchidas e trabalho tardio em volta dos projetos da associação, ainda me visitaram em Paris, em Braga, no Luxemburgo, arranjaram e correram atrás de um telemóvel de emergência que andou umas semanas perdido por Paris, e confiaram em mim para todos os projetos, eventos, entrevistas desde o primeiro dia.

Apesar de saber que no BOM DIA ficou, e há ainda muito mais por fazer, e um longo caminho para andar, sinto que cresci muito como profissional, pessoa, e descobri um novo gosto por uma atividade que antes nunca tinha experimentado, mas que sempre admirei: o jornalismo. Foram uns dos melhores 6 meses da minha vida, passados a comer croissants, a passear beira-sena e aprender muito com uma equipa de excelentes pessoas e profissionais que admiro.

Obrigada BOM DIA!

Maria Miguel Cunha

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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