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Romance de Jean Portante já pode ser lido em português

© DR

A poeta, crítica literária e premiada ensaísta Maria João Cantinho traduziu para português o romance “Mrs. Haroy ou Memória da baleia”, de Jean Portante, que acaba de ser disponibilizado no mercado editorial lusófono e internacional.

O romance de 1993 foi finalmente traduzido em português e espanhol, e a apresentação das novas edições decorreu no Círculo Curriel no Luxemburgo, esta segunda-feira, com a presença do autor e a participação, por videoconferência, das duas tradutoras.

A autora portuguesa Maria João Cantinho, que se refere ao trabalho intenso de “um ano da tradução”, em que se identificava com os textos que “participavam nos seus sonhos”, e a académica espanhola Carmen Expósito Castro, que também relatou a dificuldade em terminar a tradução do livro de 500 páginas, que lhe levou dez anos.

A apresentação resulta da colaboração do autor com a Revista Abril, do Centro Cultural Camões, e do círculo António Machado, e os participantes tiveram direito a uma apresentação dos textos traduzidos, intercalada pelo som do saxofone de Nic Wilkinson, seguido de um convívio gastronómico com o autor.

“Dona Haroy ou a Memória da Baleia” foi apresentada pelo autor como uma crónica de uma emigração, que é válida para italianos, portugueses ou espanhóis, ou outros emigrantes europeus que se reconhecem neste relato pessoal, transformado em romance”.

Jean Portante, que também publicou com os pseudónimos de J.P. e Fred Lenz, nasceu Differdange, em 1950, numa família de emigrantes italianos da região de L’Aquila, que vieram procurar melhores oportunidades no Luxemburgo, como tantos outros, “para ficar ricos como os que foram para a América” e encontraram “uma vida dura nas minas da metrópole do ferro e muitas dificuldades, a pobreza que os perseguia, os acidentes de trabalho todas as semanas, o país cinzento e a saudade das raízes italianas, vividas nas estórias dos familiares italianos”.

O romance fortemente autobiográfico relata a infância do narrador na década de 50, entre Differdange e Esch-sur-Alzette, perdido entre dois mundos culturais e linguísticos, e dos conflitos emocionais recordados com a perspetiva adquirida na idade adulta.

A baleia, ou a “língua da baleia, é uma metáfora da língua italiana. Segundo o autor, “a baleia nada entre a narrativa em francês, despercebida, mergulha e vem à superfície, até que se revela finalmente nas últimas páginas do romance”, que escreve como se fosse “uma metáfora poética”, disse.

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