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Recomeçar de zero

Perdido e cansado entre ruelas
Acabo parado e confuso no meio da rua,
Por cima de mim o céu carregado de estrelas
E cercada pelas estrelas, a lua.

Estou indeciso sem saber para onde devo ir,
E por companhia tenho só os meus pensamentos,
Encurralado numa vida que é ruína a cair,
Vivendo a vida nos seus piores momentos.

Sou um pássaro de asa ferida
Que perdeu o sentido de voar,
Suspensa tenho a minha vida,
E em meu redor, a vida a desabar.

De tudo o que se pode comprar
Sempre tive o que queria,
E gastei o dinheiro sem pensar,
Pensando que o dinheiro nunca acabaria.

Fui rei e senhor,
De todos, sempre o mais popular,
Cercado de amigos em meu redor
Bons amigos, que me ajudaram a gastar.

Em dias fartos e de alegria,
Juraram – estaremos sempre contigo,
Mas acabado o dinheiro, eu não sabia,
Que sem dinheiro não havia um único amigo.

Fiquei magoado, triste e sentido,
Atingido por essa grande desilusão,
Mas aprendi que na vida nada é garantido,
E da vida aprendi essa cruel lição.

O curso da minha vida só eu o mudo,
Não a posso deixar assim estagnada,
Porque do tipo que tinha tudo,
Sou agora o tipo que não tem nada.

Não espero que Deus me dê o peixe,
Mas sim a sabedoria para o ser eu a pescar,
Que me dê da sua força e que me deixe
Com essa fé e com essa força, recomeçar.

Numa longa caminhada,
Seja curto ou longo o seu espaço,
Só se completa a jornada,
Depois de na jornada dar o primeiro passo.

Vou recomeçar do ponto zero,
guardando estas lições que aprendi,
E dos amigos o que espero,
É os amigos que escolhi.

Limpo as lágrimas, curo as mazelas
Começo de novo, levantando-me do chão
Porque os bons amigos são como as estrelas,
Estrelas que às vezes não vejo, mas sei que lá estão.

Não preciso de um amigo que mude,
Quando também eu decido mudar,
Que acene com a cabeça porque a minha atitude
Também foi com a cabeça abanar.

Não preciso, não aceito, nem quero
Que se acene a cabeça sempre em meu favor,
Porque de um amigo de verdade o que eu espero,
É que o amigo não faça o que a minha sombra faz melhor.

Vou estar atento e ser audaz,
Pôr sempre em primeiro lugar os valores morais,
Vou dar prioridade ao amor, vou ser capaz,
Apoiado no amor desvalorizarei os bens materiais.

Vou dar atenção ao que realmente importa,
Vou edificar a minha vida com robustez e esmero,
Dos mais nobres valores morais farei a minha horta,
E dessa horta lavrarei um novo eu, recomeçando do zero.

António Magalhães
(Possivelmente poemas)

 

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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