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Receitas para doentes crónicos: não se torne crónico

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Os doentes crónicos já podem levantar directamente a medicação nas farmácias sem renovar as receitas, desde que necessitem dos tratamentos de longa duração, e após avaliação de um médico, deixando de precisar de renovar as receitas nos Centros de Saúde, diz a comunicação social.

É uma medida boa, sobretudo ante o quadro que se nos apresenta da Saúde, de um modo geral e pelo facto de encontrarmos hoje o SNS degradante, como nunca. Mas não é assim tudo muito simples. Pode-se caminhar para o facilitismo – e já existe algum e por vezes imprudente – para se reduzir ainda mais o número e a profundidade das consultas, a que uma boa franja de doentes já está votada, para além das contingências comuns: a dificuldade física e a distância dos doentes mais degradados do interior do País, além de que cada dia esta problemática se estende à população mais urbana. Este era um problema premente, que com esta nova medida não beneficia muito.

Por outro lado o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, diz também que “não se trata de limitar o acesso do utentes mais velhos ao médico de família, antes pelo contrário”, acrescentando que, “com esta medida desaparece o risco dos doentes perderem as receitas ou de as extraviarem.”

É deste modo ligeiro que Manuel Pizarro vem enfrentando e levando a ideia do que é para si o Serviço Nacional de Saúde. Pizarro é um novo optimista ainda mais irritante, onde tudo não é um problema e até acaba por verter a ideia de que a vítima é todo o serviço de saúde em Portugal, assim com uma frieza desconcertante. Quem o ouve parece que nada é problema. Mas se for, não há culpa pela parte das esferas que gerem a Saúde, incluindo a nova estrutura dirigida pelo director-executivo, Fernando Araújo.

Mário Adão Magalhães

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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