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Quem nasce para dez, nunca chega a cem

It’s not enough that we succeed / 
We still need others to fail
(Roger Waters – Is This The Life We Really Want?)

Como posso eu tirar proveito do meu sucesso,
Ou dele me vangloriar,
Como o peso ou como o meço,
Como saberei o seu valor, o seu preço,
Se o meu semelhante não falhar,
Para que eu sinta que é meu e o mereço.

Como posso de todos ser o maior,
Qual estrela que brilha no firmamento,
O mais engraçado, inteligente e o melhor,
Aquele que tudo conquista em seu redor,
Se o meu semelhante no seu sublime momento,
Da derrota não lhe sinta o mais amargo sabor?

O sucesso não me é suficiente,
Preciso que os outros falhem,
É bom e faz-me bem ao ego ser diferente,
Ser o maior, o melhor e o mais competente,
Um vencedor à espera que os outros nunca ganhem,
O mais forte, o mais astuto e o mais potente.

Foi-me madrasta grande parte da minha vida,
E riu-se muitas vezes de mim com desdém,
Desespero, agonia, eram porta sem saída,
Por vezes, a esperança, por terra caída,
Quem nasce para dez nunca chega a cem.
Mentira, baixar os braços é palavra proibida.

Deixa-me agora que te diga um segredo,
Não és mais nem menos do que ninguém,
Levanta-te, vai à luta, não tenhas medo,
Por vezes a vida é um complexo enredo,
E o que eu faço, fazes tu também,
E quem te faz acreditar o contrário é tredo.

Não sejas tu a escuridão,
Para que nela brilhe a minha estrela,
Não acredites que me foi dado especial dom,
Que a minha vida tem valor e a tua não,
Porque se nos foi dada a vida, lutamos por ela,
E o nosso maior sucesso será sempre gratidão.

O sucesso não é coisa que se herda,
Conquista-se com muito esforço, muita luta,
Umas vezes é ganho outras vezes é perda,
Quem te diz o contrário manda-o à merda,
Porque a vida não tem que ser uma disputa,
E o mundo está cheio de filhos da…puta.

Possivelmente Poemas
António Magalhães

 

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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