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Quais os novos perfis dos hóspedes do alojamento local nos centros urbanos?

© Kudla / Shutterstock

Para contornar a crise que a pandemia criou no turismo surgiu a necessidade de atrair públicos diferentes para diversificar o mercado e assegurar a sobrevivência dos alojamentos.

É sabido que o alojamento local se refere a uma residência temporária e que, por isso, é normalmente associado a turistas, que optam pelas estadias curtas e que o fazem por motivos de lazer e de descanso. 

Mas, não estando o alojamento local limitado a estadias curtas e permitindo-se as médias e longas estadias, abre-se espaço para a diversificação do mercado. Atrair outros hospedes não-turistas tem sido uma forma de assegurar reservas neste período mais instável.

Quem são os novos hóspedes?

Nos centros urbanos como Lisboa e Porto surgem novos perfis de hóspedes, como nómadas digitais, pacientes/doentes em tratamento, professores, estudantes, profissionais de saúde, divorciados, assim o diz o presidente da Associação de Alojamento Local em Portugal (ALEP), Eduardo Miranda.

Qual é a nova tendência dos Alojamentos Locais?

A tendência passa por ampliar os segmentos de público, atendendo a públicos que procuram estadias de “mid term” (estadias de média e longa duração) e não apenas aos chamados turistas clássicos que, geralmente, preferem estadias breves. 

Nesta nova fase, os alojamento locais, que anteriormente dependiam apenas dos turistas, passam a receber outros nichos que procuram alojamento por outras razões.

A obrigatoriedade e a flexibilidade do teletrabalho imposto pela pandemia, fizeram com que mais pessoas optassem por se tornar “nómadas digitais”, ou seja, trabalhadores que, para desempenharem a sua atividade profissional, precisam apenas de um computador ou de um tablet e que, por isso, podendo trabalhar a partir de qualquer local, optam por viajar e exercer atividade em diferentes pontos do mapa. 

Esta tendência abriu uma nova janela para os alojamentos locais que rapidamente passaram a criar e publicitar espaços de trabalho dentro das propriedades com o intuito de atrair este nicho.

Frequentemente, também doentes em tratamento optam por estadias de média ou longa duração em alojamentos locais. Acontece, por exemplo, quando é necessário deslocar-se para uma cidade onde se localize o hospital ou a clínica que irá proceder ao tratamento da doença. 

Do mesmo modo, também o fazem aqueles professores e estudantes que sejam colocados numa escola distante da sua residência; pessoas divorciadas que precisem de uma residência temporária para fazer face aos problemas e necessidades que surgem num processo de separação. 

Além destes, encaixam-se também nos novos perfis dos hóspedes de alojamento local, aqueles trabalhadores que são incumbidos de ir trabalhar, ter formações ou desenvolver projetos para um local longe da sua habitação. 

Nestes casos, celebram-se muitas vezes acordos entre os alojamentos e as empresas que enviam os seus funcionários para diferentes destinos em trabalho. 

As vantagens desta nova tendência

As estadias “mid term” são uma modalidade de sucesso que tem contribuído significativamente para o crescimento do setor, permitindo atingir novos públicos e consequentemente aumentar o número de reservas. 

Permite que os proprietários não fiquem dependentes de um único segmento: podem receber turistas no verão ou nas épocas mais altas e, nas épocas baixas dar resposta ao segmento estudantil, empresarial, entre outros. 

Desse modo, faz-se o máximo proveito da propriedade e rentabilizam-se as diferentes épocas do ano.

Há ainda proprietários que já têm como preferência esta nova tendência: escolhem dedicar-se aos mercados que envolvem estadias mais longas, com o objetivo de não despender tanto tempo com questões inerentes a estadias curtas. 

As estadias longas podem implicar menos trabalho e menos custos na medida em que se excluem algumas tarefas, como por exemplo, a limpeza constante do local, a troca de roupas, a manutenção do espaço, a logística que envolve a receção de um cliente, do seu pagamento e respetiva comunicação.

Empresas como a GuestReady, especialista em gestão de alojamentos locais e gestão de Airbnb em Lisboa, Porto e outras cidades portuguesas, vieram tornar a vida de qualquer proprietário mais simples. 

Através desta plataforma os proprietários contam com a ajuda de profissionais experientes para fazer aumentar a satisfação dos hospedes ao mesmo tempo que fazem crescer o número de reservas. A start-up suíça assegura a publicação do anúncio em vários portais, trata da limpeza e da manutenção do imóvel e ainda se responsabiliza pela comunicação com o cliente.

Como se sabe, a sobrevivência e continuidade de um negócio passam pela sua adaptação e reestruturação. Criar diferentes experiências que se adaptem a outros nichos pode ser uma forma de recuperar de períodos mais difíceis, como foi o caso da pandemia.

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