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Portugueses da Alemanha fazem diagnóstico das suas associações

O conselheiro das comunidades portuguesas na Alemanha Alfredo Stoffel defende que o movimento associativo deve “sair das quatro paredes”, modernizando-se e cooperando com instituições e grupos dos países de acolhimento. Esta foi uma das principais conclusões de uma conferência subordinada ao tema “O Associativismo de Hoje e de Amanhã” que decorreu este sábado, em Hagen, na Alemanha, organizada pelo Grupo de Reflexão e Intervenção da Diáspora Portuguesa na Alemanha (GRI-DPA), focada nos êxitos, problemas, reivindicações, propostas e soluções relativos a este movimento.

“Esta conferência foi quase como uma ida ao médico. Estivemos a dissecar as associações que ainda existem e as que já morreram, fizemos uma análise das doenças que sofreram ou que sofrem ainda, analisámos os sintomas e fizemos um exame dos futuros tratamentos que não podem ser iguais para todas”, revelou Manuel Campos (veja entrevista abaixo), presidente do GRI-DPA.

 

“Andar sozinhos é uma ideia obsoleta. É preciso cooperar com grupos e instituições do nosso país de acolhimento, essa é a mais-valia, transportando a portugalidade para um grupo heterogéneo. Possivelmente, será esse o caminho a seguir: integrarmo-nos na vida política e social fora das quatro paredes das nossas associações”, sublinhou à Lusa Alfredo Stoffel.

“Temos de pensar se queremos continuar virados para nós ou, o que me parece mais plausível, virarmo-nos para a comunidade alemã, fazendo parcerias com instituições alemãs, de modo a que as associações sejam uma mais valia para os dois lados”, acrescentou.

Durante esta conferência, na qual participaram diplomatas, líderes associativos, sindicalistas, entre outros, reconheceu-se que “o associativismo clássico está em declínio” por diversos fatores.

“Falta de interesse, problemas da direção, a passagem de testemunho é cada vez mais difícil porque os jovens não têm interesse por participar neste trabalho. Temos de criar mecanismos para levar os mais novos a interessarem-se pelo associativismo”, identificou Stoffel.

O envelhecimento ou o isolamento das populações são alguns dos problemas presentes na comunidade portuguesa na Alemanha e que afetam o movimento associativo.

“É preciso uma melhor formação dos dirigentes associativos, fora dos interesses político-partidários. Deviam existir formações em ramos específicos, aqui na Alemanha interessa ter noções de fiscalidade, de gestão”, exemplificou o conselheiro das comunidades.

“Não se trata de profissionalizar, mas sim de preparar as pessoas para algumas tarefas que vão exercer”, frisou Manuel Campos, presidente do GRI-DPA.

Veja o encerramento dos debates no GRI-DPA abaixo. Todos os painéis e debates estão no Facebook do BOM DIA.

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