Portuguesa leva sabores nacionais a Cádis e conquista espanhóis

Maria Lopes Gonçalves, tem 42 anos e é natural da Falagueira, Amadora. Depois de duas décadas a viver em Madrid, onde fundou dois restaurantes com alma portuguesa, decidiu mudar-se para Cádis. Foi nessa cidade do sul de Espanha que criou a “Maninha Sardinha”, um projeto que conquistou os espanhóis — e que já conta com duas lojas abertas em menos de um ano.
Com uma oferta centrada nos produtos portugueses, a primeira loja abriu portas em julho de 2024 e, logo no dia de inauguração, formou-se uma fila à porta. O sucesso foi tal que, em dezembro, Maria abriu um segundo espaço nos arredores da cidade e já está a preparar a terceira abertura.
O nome do projeto tem raízes familiares: “Escolhi este nome por ser a mais nova de cinco irmãos e pela minha mãe ser peixeira”, explica.”, explica Maria à NiT.

Maria optou pela área da educação, como auxiliar administrativa, antes de emigrar para Espanha. Por lá, começou por trabalhar na aviação até ganhar coragem para se dedicar à cozinha. Com o apoio da mãe, abriu dois restaurantes em Madrid — os Maninha de Sardinha — focados na gastronomia portuguesa, com pratos como o bacalhau à Brás e o arroz de pato. Apesar do sucesso dos espaços, Maria continuava a sentir falta da atmosfera lisboeta. Mudar de cidade foi o caminho: após várias visitas a Cádis, percebeu que aquele podia ser o seu novo lar.
“Cádis é linda e ainda havia muito mercado por explorar, sobretudo na cozinha portuguesa. Decidi manter o conceito e o nome e, em poucos meses, já consegui uma clientela fiel aos pastéis de nata”, explica
Nas lojas que entretanto abriu, os pastéis de nata são os grandes protagonistas. “São verdadeiramente portugueses. A nossa receita é feita em Lisboa e, quando chegam cá, só preciso de os terminar no forno. Ficam deliciosos e quem cá vem diz que são iguais aos que provaram em Portugal. Temos também a versão vegan”, revela com orgulho.

Mas a oferta vai muito além: há tortas de Azeitão, bolas de Berlim, gelados com sabores portugueses (como pastel de nata e banana da Madeira), conservas variadas — petinga, sardinha selvagem, cavala, atum dos Açores, bacalhau com piri-piri —, queijos da Serra da Estrela, manteiga dos Açores e uma secção de bebidas onde não faltam vinho do Porto, Moscatel, Macieira e Amarguinha.
Os espanhóis têm reagido com entusiasmo. “O paté de sardinha foi uma das grandes surpresas. Os espanhóis adoram e, logo no primeiro dia, acabaram com o stock”, recorda Maria.

Para responder à crescente procura, a empreendedora lançou também um serviço de entrega ao domicílio de pastelaria portuguesa, que será alargado a outros produtos. As encomendas podem ser feitas por telefone ou através da página de Instagram.