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Português raptado em Maputo já foi resgatado

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O empresário português raptado em 29 de outubro no centro de Maputo foi resgatado na cidade de Matola, arredores da capital moçambicana, anunciou o Serviço de Investigação Criminal (Sernic).

De acordo com fonte do Sernic, o empresário estava em “cativeiro” numa residência no bairro Jonasse, em Matola Rio, mas aquela força de investigação criminal reserva mais detalhes para uma conferência de imprensa, que será dada no local.

O empresário português, do ramo da construção civil, foi raptado ao início da tarde de 29 de outubro no centro de Maputo, confirmou na altura o Ministério dos Negócios Estrangeiros português e a polícia moçambicana.

Pelas imagens de videovigilância no local, a que a Lusa teve acesso, é possível ver a chegada do empresário a um empreendimento no bairro da Polana, centro da capital, a conduzir sozinho a viatura, cerca das 12h00 locais (10h00 em Lisboa).

Ao sair da viatura, um grupo de dois homens aproxima-se a pé e, com o apoio de outros dois que se faziam transportar numa viatura que parou no local, carregam a vítima para o interior, sendo visíveis armas de fogo e pelo menos um disparo.

Trata-se do segundo caso de rapto conhecido em Maputo no mês de outubro, mas no anterior, ocorrido em 11 de outubro, também no centro da capital, a vítima foi libertada horas depois, na Matola, após perseguição policial.

Anteriormente, o último caso em Maputo aconteceu no início de agosto, antes do início da campanha eleitoral para as eleições gerais de 09 de outubro.

Cerca de 150 empresários foram raptados em Moçambique nos últimos 12 anos e uma centena deixou o país por receio, segundo números divulgados em julho pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que defende que é tempo de o Governo dizer “basta”.

“Já vão a caminho de 150. Abandonaram o país mais de uma centena. Não estamos a falar daqueles que exerciam cargos da administração ou direção, se contarmos com esses são muitos mais. Estamos a falar daqueles que detinham o capital, eram os acionistas das empresas”, afirmou, em conferência de imprensa, em Maputo, o presidente do pelouro de segurança e proteção privada da CTA, Pedro Baltazar.

“Passados cerca de 12 anos desde a ocorrência do primeiro rapto, achamos que é tempo suficiente para que o Governo se pressione de forma mais pragmática a dar um basta a este mal. Por isso, reiteramos a necessidade de o Governo acolher as medidas propostas pelo setor privado”, afirmou o dirigente da CTA, reconhecendo o impacto de “biliões de dólares” na economia e no emprego no país.

A polícia moçambicana registou, até março, um total de 185 casos de raptos e pelo menos 288 pessoas foram detidas por suspeitas de envolvimento neste tipo de crime desde 2011, anunciou anteriormente o ministro do Interior, Pascoal Ronda.

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