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Português galardoado por estudo sobre tratamento inovador em crianças

© DR

O médico cirurgião português David Ângelo foi recentemente condecorado nos EUA, no âmbito do congresso anual da Sociedade Americana de Cirurgiões da Articulação Temporomandibular, por um estudo inédito que a sua equipa desenvolveu, ao longo de quatro anos, para comprovar a eficácia e segurança de um tipo de tratamento da articulação temporomandibular (ATM) em crianças.

O estudo, que já tinha sido publicado no Journal of Clinical Medicine, foi apresentado no passado dia 1 de março no referido congresso, que juntou algumas das figuras mais prestigiadas desta especialidade.

Segundo David Ângelo, docente na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e diretor do Instituto Português da Face, a investigação começou em 2019, quando se apercebeu da elevada procura da sua consulta por pais de crianças entre os 5 e os 14 anos que tinham problemas nas articulações temporomandibulares e queixas de dores fortes. Nalguns casos, refere à Sapo, havia já crianças a tomar medicação diariamente e algumas, inclusivamente, a utilizar antidepressivos.

Apresentado este quadro, David Ângelo arrancou com um estudo, em conjunto com a sua equipa, para avaliar o impacto de técnicas minimamente invasivas (artrocentese e a artroscopia) na articulação temporomandibular destes jovens.

“Durante muitos anos, não existiu consenso sobre como tratar as disfunções temporomandibulares em crianças (por um conjunto de situações era recomendável esperar até o doente atingir os 18 anos para algumas intervenções cirúrgicas à articulação temporomandibular de crianças), por receio de poder causar complicações ou possíveis alterações no seu crescimento craniofacial, assim como danos irreversíveis”, contextualiza a Sapo.

Iniciado a 1 de junho de 2019, este estudo incluiu doentes menores de idade com a patologia da articulação temporomandibular. De acordo com o estado da doença, Ângelo realizava duas técnicas minimamente invasivas (artrocentese ou artroscopia da ATM). Durante a avaliação, eram anotados parâmetros como dor, dificuldade na mastigação, tensão muscular, dificuldade na abertura da boca e complicações da intervenção.

Este estudo contou com a participação de 26 crianças. 67% fizeram artrocentese e as restantes artroscopia. Quanto a resultados, verificou-se uma redução significativa da dor no pós-operatório de quase 90%, uma melhoria da função mastigatória de mais de 96% e redução dos estalidos intra-articulares em 89% das crianças.

Em relação ao sintoma de dor, foi possível reduzi-lo a uma dor média na escala de 4.04 antes da intervenção para 0.5 após. Outro sinal é a abertura da boca, que passou dos 35.5mm pré cirurgia para os 43mm no pós.

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