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Português de Londres é o arquiteto do novo aeroporto de Istambul

Rui Baptista deixou Portugal há 17 anos para iniciar carreira como arquiteto em Inglaterra, especializou-se em aeroportos e hoje é desenhador líder do novo Aeroporto Internacional de Istambul, um investimento superior a 4,5 mil milhões de euros.

Partiu para fugir à falta de oportunidades para recém-licenciados e, nos subúrbios de Londres, começou a trabalhar numa empresa de pequena dimensão, onde lhe foi dada liberdade para mostrar o que sabia, apontando esta como a maior diferença no início da profissão face a Portugal: “Os arquitetos seniores supervisionam, mas dão mais liberdade aos jovens arquitetos, que podem utilizar os seus conhecimentos de forma mais livre logo no início da carreira”.

“Comecei em Nottingham, que não é de maneira nenhuma Londres”, recorda, explicando que o grande desafio era aventurar-se na capital, passo que deu dois anos mais tarde.

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Acabado de se instalar numa empresa, Rui Baptista descobriu que o novo Estádio da Luz, em Lisboa, ia ser desenhado por uma empresa com sede em Londres e não conseguiu ficar quieto: “Liguei a dizer que era arquiteto, português, estava a viver em Londres e que era do Benfica desde pequenino”.

A ousadia valeu-lhe um lugar na equipa consultora líder do Estádio da Luz, tendo regressado a Portugal para acompanhar todo o projeto da obra em Lisboa, durante nove meses.

Depois do projeto que ficará como “o mais simbólico”, Rui Batista estreou-se nos aeroportos, com a remodelação de um VIP Lounge (sala de espera VIP) no aeroporto de Heathrow e, a partir daí, passou a poder escolher os projetos em que entrava, que o levaram a Chipre, com o desenho do aeroporto de Lárnaca, depois aos Emirados Árabes Unidos, onde acompanhou a construção do terminal 3 do aeroporto do Dubai.

Há sete meses mudou-se para Istambul, onde é o desenhador líder naquele que diz ser o maior projeto aeroportuário em construção, um investimento superior a 4,5 mil milhões de euros só na primeira fase, a que se seguirão mais três.

“São números tão grandes que é difícil ter uma ideia da escala: o terminal 1, que corresponde à primeira fase, terá 1,3 milhões de metros quadrados, e vai incorporar três pistas de aterragem e uma capacidade de 90 milhões de passageiros”, explica.

Depois da primeira fase, estão planeadas mais três, com conclusão prevista para 2028, tendo uma capacidade total de 200 milhões de passageiros.

O arquiteto português admite ser “apaixonado por aeroportos”, o que explica com o facto de “terem que ser considerados muitos fatores”, que encara como desafios, dando o exemplo das questões de segurança que têm realidades diferentes de projeto para projeto, de país para país.

No Aeroporto Internacional de Istambul, por exemplo, o princípio é o da segurança máxima: as máquinas de raio-x estão logo à entrada do edifício, por onde têm que passar todas as pessoas, mesmo que só vão acompanhar um passageiro, explicou.

Habituado a trabalhar com equipas de múltiplas nacionalidades, Rui Baptista é perentório sobre as qualidades dos portugueses, como a capacidade extraordinária para resolver problemas e para se adaptarem às situações, o que o leva a procurar quadros em Portugal sempre que há necessidade de reforçar equipas.

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