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Plataforma liderada por português ajuda refugiados

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A Plataforma Global de Estudantes Sírios, liderada pelo antigo chefe de Estado Jorge Sampaio, vai lançar um fundo à escala global para apoiar refugiados que queiram frequentar o ensino superior e aumentar de 3% para 15% os jovens no superior.

Atualmente, há cerca de 26 milhões de refugiados em todo o mundo e mais de metade são jovens com menos de 18 anos. Obrigados a abandonar o seu país, a maioria vê-se impedida de continuar os estudos: apenas 3% frequenta o ensino superior.

Mas existe um plano para que, dentro de uma década, 15% destes jovens frequentem uma universidade ou um instituto politécnico, segundo uma meta definida pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

A organização que nasceu em 2013 em Portugal – a Plataforma Global de Estudantes Sírios (PGES) – está empenhada em contribuir para esse objetivo, através do Mecanismo de Resposta Rápida e do fundo que deverá ser lançada no próximo ano letivo.

A ideia do fundo é simples: se cada aluno do ensino superior contribuir com um euro por ano, haverá 230 milhões de euros para apoiar jovens refugiados. Isto porque o projeto pretende ter uma escala global.

Durante a apresentação do YES Found (YES é o acrónico para Youth Education Solidarity), uma representante da plataforma explicou que existem 230 milhões de estudantes em todo mundo e que a contribuição de cada um iria fazer a diferença.

A verba conseguida por cada instituição de ensino superior seria aplicada localmente para apoiar jovens deslocados.

Atualmente, “90 mil refugiados acedem de alguma forma ao ensino terciário” e o objetivo é chegar aos 450 mil em 2030, disse Jorge Sampaio, presidente da PGES, defendendo que são precisas medidas radicais para conseguir quintuplicar o número de alunos no ensino superior.

“Não sei se se conseguirá com apenas algumas mudanças”, alertou Jorge Sampaio, numa mensagem gravada que foi transmitida durante o workshop internacional “Higher Education in Emergencies – Doing More, Better and Faster” que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

A ideia de que a missão é difícil foi defendida também pelo ministro do ensino Superior, Manuel Heitor, e pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

“O que fizemos até aqui foi importante, mas foi pouco”, reconheceu Manuel Heitor, lembrando medidas como o alargamento do Apoio Social Escolar aos refugiados e migrantes, mas também problemas como a falta de residências.

Manuel Heitor considerou ainda que, nos últimos anos, as instituições de ensino superior mostraram ter capacidade em acolher estes jovens e sublinhou que este é um trabalho que tem de mobilizar entidades publicas e privadas, mas também da sociedade civil. O papel da Europa neste processo também foi apontado.

Com o objetivo de “fazer mais, melhor e mais depressa”, a PGES apoiou nos últimos anos mais de uma centena de jovens que conseguiu iniciar ou continuar estudos superiores em universidades portuguesas e também estrangeiras.

A Fundação Calouste Gulbenkian também “já atribuiu bolsas para jovens sírios”, lembrou Guilherme D´Oliveira Martins, presidente da instituição que também está presente no evento.

Também a Fundação La Caixa iniciou em 2018 um programa para que estes jovens pudessem ter acesso ao ensino superior, tendo atribuído uma verba de cerca de 700 mil euros para o projeto, lembrou José Pena Amaral, da instituição.

“Só na Síria existem seis milhões de jovens em idade escolar, mas dois milhões já estão fora da escola e outros 1,5 milhões estão em risco de abandonar precocemente o ensino”, exemplificou a secretária executiva da ONU.

A especialista lembrou que as crianças que ficam impedidas de ir à escola tornam-se alvos mais fáceis, dando como exemplo os casamentos precoces de meninas ou o recrutamento de rapazes por grupos extremistas.

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