De que está à procura ?

Mundo

Peru: aeroporto de Cuzco encerra por motivos de segurança

© DR

O aeroporto internacional de Cuzco e o serviço de comboios para a cidade de Machu Picchu permanecerão encerrados esta terça-feira devido ao anúncio de protestos naquela região do sul do Peru, devido à turbulência política que já fez sete mortes.

A Empresa Peruana de Aeroportos e Aviação Comercial (Corpac) informou, através de um comunicado, que decidiu que o aeroporto de Cuzco seria encerrado depois de “uma multidão de manifestantes” ter tentado entrar nas instalações.

“Para salvaguardar a integridade e a segurança dos passageiros, dos nossos colaboradores e do público em geral, as operações aéreas no nosso terminal de Cuzco estão suspensas, já que a sua segurança não está garantida”, afirmou a nota.

A empresa solicitou o reforço da proteção da Polícia Nacional Peruana (PNP) “contra possíveis atos criminosos que ameacem a infraestrutura aeroportuária, sistemas de navegação, controlo e vigilância necessários para as operações aéreas na referida sede aeroportuária”.

A empresa PerúRail, operadora de comboios para Machu Picchu, anunciou que este serviço ficaria suspenso hoje devido ao anúncio do início das mobilizações convocadas por sindicatos e organizações camponesas que convocaram uma “greve por tempo indeterminado” na região.

Os protestos que eclodiram no domingo no Peru contra a nova Presidente peruana, Dina Boluarte, e o Congresso causaram sete mortos na segunda-feira, deixaram mais de cem polícias feridos e envolveram o ataque a dois canais de televisão em Lima.

A procuradora, Eliana Revollar, confirmou o número de mortos nos confrontos entre a polícia e os manifestantes que pediam a renúncia de Boluarte e o encerramento do Congresso, que na última quarta-feira afastou o Presidente Pedro Castillo.

Os confrontos mais violentos acontecem no sul do país, especificamente nos departamentos de Apurímac e Arequipa, onde foram anunciadas outras mobilizações para hoje, além das convocadas pelos sindicatos de Cuzco.

Como resultado da agitação social, o Governo decretou estado de emergência por 60 dias na segunda-feira em sete províncias de Apurímac. Também ocorreram protestos em Lima, nos quais os manifestantes atacaram na segunda-feira a sede do Ministério Público e as instalações de dois canais de televisão.

O Parlamento do Peru aprovou em 07 de dezembro uma moção de censura contra o Presidente do país, por “incapacidade moral”, com 101 dos 130 votos a favor, horas depois de Pedro Castillo ter anunciado a dissolução deste órgão, a criação de um “Governo de emergência” e a instituição de um recolher obrigatório.

O Congresso pediu também que a então vice-presidente Dina Boluarte, que rejeitou de imediato as ações de Castillo, assumisse a Presidência.

Pedro Castillo, que se encontra detido desde que foi acusado de tentativa de golpe de Estado, denunciou na segunda-feira que está sequestrado e acusou a nova Presidente, Dina Boluarte, de ser “usurpadora”.

O ex-chefe de Estado continua detido numa prisão de Lima depois de ter sido destituído pelo Congresso, após ter determinado a dissolução deste mesmo órgão e anunciar que formaria um governo de emergência, que governaria por decreto, convocaria uma assembleia constituinte e faria uma reorganização do sistema judicial.

Desde então iniciaram-se protestos no interior do Peru para exigir a renúncia da nova Presidente, Dina Boluarte, e a libertação de Castillo. O anúncio da nova Presidente de convocar eleições gerais para abril de 2024, ao contrário de 2026 como indicou inicialmente, não acalmou a contestação popular.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA