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Perdida

Arroga-me esta paisagem
obstruem-me a passagem
ferem-se-me os sentidos
e os sentimentos vão perdidos
neste mar de gente sem rosto.

Estas atitudes blasfemam-me o corpo
violam-me o ser
transfiguram-me nesta turba
que a mim própria me desurda
como estas crianças perdidas
que não sabem já brincar unidas.

E há a montanha que não cai
o céu que não se alevanta
a minha alma que não se abstrai
a voz da poeta que já não canta.

Já não há ideias de revelação
nem grandes teorias
só milagres racionais
fontes de prazer inconstante e imediato
e disto resta apenas o ténue retrato
da minha impaciência de viver.

JLC1991 (do Livro “Poesias de Daniela d’Ávila”)

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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