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Perdendo grandes oportunidades? A resposta pode estar no seu mindset

© Andrey Burmakin

Hoje, uma pessoa conhecida contava-me que a empresa na qual trabalha está alterando processos, pois os tempos mudaram. Ela foi devidamente informada, treinada em novas competências e saberes, factos foram transmitidos e verificados por ela, mas lhe foi colocada a tarefa de começar a fazer diferente, na prática. Eis que a pessoa me disse o que pensou – não sei fazer, – não consigo pensar como fazer isto diferente, – não sou bom em escrever texto, – não tenho as palavras certas; – ou você é bom nisso ou não é, etc. E, foi até ao chefe e disse – “não consigo”. Perante a realidade evidente de ter mudar, é interessante observar as variadas formas como uma pessoa resiste, desiste e insiste continuar a fazer o mesmo, mas aguardando ter resultados diferentes. Porquê isso acontece?

Pensar é uma das competências importantes para mudar. E no que respeita ao mindset, reconfigurar a forma de pensar e de fazer as coisas que repetidamente faz desde um certo tempo, que se tornaram hábitos intrínsecos, exige um ingrediente essencial – estar aberto a fazer diferente. Se o que faz não traz resultados, é porque não está no caminho certo. É insano continuar a fazer o mesmo esperando resultados diferentes. Como não obterá resultados diferentes, sentirá que o seu esforço é em vão, e a sua conta de frustrações só aumentará. Por isso, tem de abrir a mente e o coração para fazer diferente, o que se traduz em estar aberto a errar, reescrever, corrigir, fazer de novo, acertar, verificar, voltar a fazer, pois entende que para fazer diferente tem de melhorar, pesquisar, aprender, e desenvolver-se.

Quando falamos de Mindset, traduzindo, mentalidade, estamos referindo-nos a palavra mente, que etimologicamente vem do latim mèntem, cujo significado é pensar, conhecer, entender, mas também medir. Quando pensamos, estamos medindo, analisando, mensurando. Medir implica comparação. Quando vamos analisar, “medir” a situação ou forma de agir que não nos está trazendo resultados, precisamos alterar as nossas antigas referências de medição, a régua com a qual medimos e analisamos a nossa realidade, pois podemos ficar presos em comparações conhecidas. Somos tendenciosos em acreditar que o que fazemos há muito tempo está certo. É mais confortável manter o conhecido, do que embarcar no que não se domina. Neste momento, precisamos de mentalidade na sua origem etimológica que significa “que se produz no espírito”. É no espírito crítico amigável, criativo, desafiador, livre, que produzimos a mudança.

Eu sei que as pessoas ficam agarradas emocionalmente ao que faziam, como faziam, ao que dava certo, ao que era bom…mas, não dá mais. O que não resulta mais é para mudar. É respeitar o que foi feito, pois na altura foi bom, foi bem feito, mas agora é focar nos desafios como oportunidades de crescimento. O crescimento exige esforço, enfrentar contratempos, mas também proporciona criar novos caminhos neurais, expandir a sua visão, vencer as suas limitações, e cada vez que faz isso, uma nova realidade se lhe apresenta, sobe para outro nível mental dentro de si e isso influencia como lida com os eventos fora de si.

Neste mundo de mudanças céleres e constantes, quem possui uma atitude mental progressiva não só se adapta e sobrevive (“não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças” Leon C. Megginson.), como também ao verificar as mudanças que realizou, se sentirá mais seguro, a sua autoestima se elevará, as crenças limitadas que tenha sobre si e o mundo são alteradas, e consequentemente lidará melhor com o stress. A pergunta que fiz àquela pessoa e que fica para si é, quer realmente mudar? Quer expandir as suas competências, inteligência e habilidades? Convido-o a mudar de perspectiva, imaginando-se ser uma outra pessoa, como um cliente, um fornecedor, um familiar, a olhar para si, e escrever o que eles diriam para alterar na sua rotina pessoal, profissional, de como gere a sua equipa, a sua empresa, a sua vida. Bom exercício!

Karina M. Kimmig é autora do livro “Metodologia Humanística: Os Sete Poderes que Todos Nós Possuímos”, General manager MORE Institute GmbH, Presidente de associações internacionais, cocriadora da MORE Humanistic Methodology, autora, blogger, e referência internacional em desenvolvimento humano. Mais: https://more-institute.com/

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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