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Penela promove os seus comerciantes através de documentários

Ao longo do mês de agosto, os realizadores António Ferreira, Tiago Hespanha, Cláudia Alves e Miguel Munhá vão fazer pequenos vídeos curtos de base documental ou de narrativa teatral, dando a conhecer os rostos, as histórias e os locais associados ao pequeno comércio ou negócio de Penela, numa iniciativa intitulada “As Gentes e os Gestos”, anunciou a Companhia da Chanca.

“A ideia é que vá para lá do vídeo passar-se naquele sítio em específico. O negócio não será meramente um cenário. O que nos interessa é o material humano associado ao comércio e à história de vida da pessoa. Quem são as pessoas que estão lá, quem frequenta, que gestos são estes que se passam naqueles cenários?”, explicou à agência Lusa Catarina Santana, que forma a companhia juntamente com André Louro.

Segundo Catarina Santana, apesar de o vídeo a ser realizado não ser um objeto publicitário, esta é também uma forma de dar a conhecer estes locais do concelho, num projeto que pretende ter exemplos de negócios e ofícios espalhados por todo o território de Penela.

Face à pandemia, só poderão estar presentes os realizadores e as suas câmaras, sem recurso a qualquer assistente.

De acordo com André Louro, os realizadores escolhidos “têm visões e percursos muito diferentes”, considerando que poderá dar origem a “uma interessante manta de retalhos”, sendo que foi dada ‘carta branca’ aos artistas para criar.

Para além dos 12 vídeos criados pelos quatro realizadores, serão ainda criados três vídeos feitos pela Companhia da Chanca, que deverão ser “objetos mais literários ou mais poéticos”, contou Catarina Santana.

O projeto, apoiado pelo Programa de Revitalização do Pinhal Interior, surge depois de a companhia ter-se visto forçada a abandonar a ideia inicial de um espetáculo, face à pandemia da covid-19.

“Como as pessoas não podem estar juntas, pensámos: ‘Como podemos ter as pessoas a verem-se umas às outras?'”, contou André Louro.

Para o ator, estes pequenos vídeos serão uma forma de “as pessoas falarem umas com as outras – de se verem”.

Segundo Catarina Santana, ao longo destes sete anos vividos na aldeia da Chanca, o casal depara-se com algo reincidente: “Ouvimos as pessoas a dizer: ‘Mas eu não sei nada. Eu não tenho nada para mostrar. Aqui não há nada'”.

“É constantemente este discurso. O facto de agora participarem na criação, podem olhar-se a partir de fora e reconhecer que há muita coisa e que há valores terrenos, humanos e palpáveis”, vincou.

Para André Louro, este projeto é também “um trabalho de amor-próprio da comunidade”.

Entre o final de agosto e o início de setembro, os vídeos deverão ser divulgados na Internet, numa plataforma criada para o efeito.

 

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