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Pedem-se mais deputados pela emigração e da emigração

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Portugueses residentes no estrangeiro querem mais deputados eleitos pelo círculo da emigração, e oriundos deste espaço, no parlamento português e ter o direito de votar em referendos no país, segundo um inquérito da Sedes divulgado esta terça-feira.

De acordo com o relatório deste inquérito, promovido pela Sedes – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, 60% dos inquiridos considera que deveria haver um aumento do número de deputados do círculo da emigração no parlamento português, contra 6% que não manifesta interesse numa maior representação das Comunidades Portuguesas na Assembleia da República e 30% que vê essa possibilidade com um interesse moderado.

Segundo a mesma fonte, 90% dos 300 emigrantes ou filhos de emigrantes inquiridos, é a favor da diáspora portuguesa poder votar nos referendos.

O Inquérito mostra ainda que 85% entende que os parlamentares eleitos pelo círculo da emigração deveriam ser oriundos do próprio círculo eleitoral, por terem um melhor conhecimento “daquele espaço político, das comunidades, das suas dinâmicas e necessidades”, bem como para “sentirem na pele” o que é necessário melhorar na legislação, adianta-se no relatório do inquérito.

Alguns mencionaram até a necessidade de abrir essa possibilidade a candidatos independentes e da sociedade civil, e não exclusivamente aos partidos.

Este inquérito, que se insere no âmbito das atividades desenvolvidas pelo Observatório das Comunidades Portuguesas, abrangeu 300 portugueses residentes no estrangeiro, 60% dos quais com idades compreendidas entre os 40 e 65 anos e 26% entre os 26 e os 40 anos.

Quanto ao período de emigração dos inquiridos, 40,5% são oriundos da nova vaga de emigração e 18% emigraram nos anos 1960/1970. Já 11,3% dos inquiridos são lusodescendentes.

Dos resultados do inquérito ressalta ainda que 75% dos emigrantes ou lusodescendentes inquiridos vota nas eleições presidenciais, 76% vota nas legislativas e 62% nas europeias.

Mas só 25% vota nas eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas e metade (50%) até desconhece a missão daquele órgão representativo dos interesses dos portugueses residentes no estrangeiro junto do Governo português.

A coordenadora do inquérito, Christine de Oliveira, disse, em maio, à agência Lusa que este iria permitir “trazer um saber mais científico e menos empírico a questões que se colocam há vários anos”.

O inquérito assume uma relevância maior após o anterior ato eleitoral, as legislativas de 30 de janeiro, que foram repetidas no círculo da Europa, após irregularidades com os boletins de voto da emigração.

O objetivo do estudo, afirmou na altura Christine Oliveira, foi “trazer uma base científica o mais abrangente possível, de preferência com respostas válidas de todos os continentes”.

Segundo o relatório do Observatório da Emigração, apresentado em 2021, e de acordo com estatísticas das Nações Unidas, em 2019 existiam cerca de 2,6 milhões de portugueses emigrados.

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