Papa pede aos católicos que rejeitem discurso de violência nas redes sociais
O Papa presidiu à Missa do V Domingo da Palavra, no Vaticano, convidando os católicos a rejeitar os discursos de “violência” nas redes sociais.
“Enquanto a sociedade e as redes sociais acentuam a violência das palavras, agarremo-nos à mansidão da Palavra de Deus que salva, que é mansa, que não faz barulho, que entra no coração”, disse, na homilia da celebração, que decorreu esta manhã na Basílica de São Pedro.
Esta celebração, instituída pelo atual Papa, teve como tema, em 2024, ‘Permanecei na minha Palavra’, uma passagem do Evangelho de São João.
Francisco questionou os presentes sobre o espaço que cada um reserva, na sua casa, para a Bíblia.
“Pode haver livros, jornais, televisões, telefones, mas onde está a Bíblia? No meu quarto, tenho o Evangelho à mão? Leio-o todos os dias para me orientar na vida? Ando com um pequeno exemplar do Evangelho na minha mala para o ler?”, perguntou.
Muitas vezes aconselhei a ter sempre o Evangelho consigo, no bolso, na mala, no telemóvel: se Cristo me é mais caro do que tudo, como posso deixá-lo em casa e não levar a sua Palavra comigo? E uma última pergunta: já li pelo menos um dos quatro Evangelhos, na íntegra?
Durante a celebração, duas pessoas receberam o ministério de leitor e nove o de catequista; os novos ministros são oriundos do Brasil, Bolívia, Coreia, Chade, Alemanha e Antilhas.
O Papa deixou votos que este Domingo da Palavra de Deus ajude todos a “regressar com alegria às nascentes da fé, que brota da escuta de Jesus”.
“Dizem-se e leem-se continuamente sobre a Igreja. Que [o Domingo da Palavra] nos ajude a redescobrir a palavra de vida que ressoa na Igreja! Caso contrário, acabamos por falar mais de nós que dele [Jesus] e, no centro, permanecem tantas vezes os nossos pensamentos e os nossos problemas, em vez de Cristo com a sua Palavra”, alertou.
Francisco sublinhou a força de uma palavra que “alarga o coração, faz inverter o rumo”, para abrir “novos cenários”.
“A Palavra suscita a missão, faz-nos mensageiros e testemunhas de Deus num mundo cheio de palavras, mas sedento daquela Palavra com maiúscula que muitas vezes ignora. A Igreja vive deste dinamismo: é chamada por Cristo, atraída por Ele, e é enviada ao mundo para dar testemunho dele”, prosseguiu.
Atolados em mil palavras, também deixamos escapar a Palavra de Deus: ouvimo-la, mas não a escutamos; ouvimo-la, mas não a guardamos; guardamo-la, mas não nos deixamos provocar para mudar”.