O Papa lançou um apelo ao diálogo entre religiões, no primeiro discurso da sua viagem à Indonésia, perante responsáveis políticos e representantes da sociedade civil, reunidos no Palácio Presidencial de Jacarta.
“A Igreja Católica deseja incrementar o diálogo inter-religioso. Desta forma, podem eliminar-se preconceitos e desenvolver um clima de respeito e confiança mútuos, indispensável para enfrentar desafios comuns, entre os quais o combate ao extremismo e também à intolerância”, referiu Francisco, que chegou ao país na terça-feira, dando início à viagem mais longa do seu pontificado.
O discurso inicial desta visita ao país com mais muçulmanos no mundo destacou a importância de promover uma “harmonia pacífica e construtiva” que garanta a paz e ajude a combater “desequilíbrios e bolsas de miséria”.
O terceiro Papa a visitar a Indonésia, onde os católicos representam 3% da população (mais de 275 milhões de pessoas), Francisco sustentou que a Igreja “está ao serviço do bem comum e deseja reforçar a cooperação com as instituições públicas”
“Mas nunca fazendo proselitismo, nunca. [A Igreja] Respeita a fé de cada pessoa”, declarou.
O Papa vai visitar esta quinta-feira a Mesquita Istiqlal em Jacarta, a maior do sudeste asiático, para assinar uma declaração inter-religiosa, num dos momentos centrais da sua primeira viagem à Indonésia.
Francisco vai ainda presidir à Missa no Estádio Gelora Bung Karno, em que se esperam cerca de 80 mil participantes, no maior encontro com a comunidade católica local, uma minoria no país com mais muçulmanos no mundo.
Simbolicamente, a partir de 2019, a Mesquita Istiqlal, que pode acolher até 120 mil pessoas, ficou ligada à Catedral da Assunção, sede da arquidiocese católica, pelo “túnel da fraternidade”, que pretende ser um sinal de incentivo à fraternidade entre muçulmanos e católicos.