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© Ricardo Silva / BOM DIA

Publicados os resultados oficiais das eleições do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), também cessa oficialmente o meu mandato.

Como Conselheiro cessante, quero expressar publicamente os meus agradecimentos a todos vós, que comigo percorreram um caminho de 15 anos, sempre em prol de um único objetivo : fazer o melhor pelas Comunidades Portuguesas.

As minhas primeiras palavras de gratidão vão naturalmente para a Comunidade Portuguesa da Bélgica, nomeadamente para aqueles que por duas vezes, em 2008 e 2015, manifestaram uma confiança expressiva nas minhas candidaturas ao CCP, confiança à qual procurei retribuir com o máximo empenho no âmbito das minhas responsabilidades, em defesa dos interesses da Comunidade. 

Recordo com nostalgia o trabalho feito que levou à criação da Federação das Associações Portuguesas na Bélgica (FAPB), projeto que alguns qualificavam de utópico na campanha eleitoral de 2008, mas que hoje vai no seu décimo quarto ano de existência. Neste capítulo, quero agradecer calorosamente os numerosos dirigentes associativos com quem colaborei, quer seja no âmbito da criação da FAPB, quer seja na organização dos mais variados projetos realizados nos últimos 15 anos. Quantas vezes vos solicitei para organizar conferências, debates ou demais atividades (sobre eleições legislativas ou europeias, ensino de português, apresentação de guia de escolas e formações para adultos,…), sempre os meus pedidos foram atendidos positivamente. A vossa colaboração foi e será sempre fundamental para levantar a comunidade portuguesa deste país, nomeadamente no âmbito social e cultural.

Porque considero o ensino de português no estrangeiro (EPE) um instrumento fundamental na Diáspora, também agradeço a todas as professoras e os professores da rede oficial do EPE pelo precioso trabalho que fazem com as nossas crianças, que faz com que Portugal, a sua língua e a sua cultura estejam próximos dos descendentes de portugueses expatriados, permitindo assim que Portugal encontre o seu prolongamento cá fora. Faço votos que as condições de trabalho destes agentes da língua e cultura portuguesas melhorem consideravelmente, sob pena de termos cada vez mais dificuldades em encontrarmos pessoal que aceite emigrar para exercer como professor ou professora no estrangeiro.

Obrigado aos funcionários da rede consular que também exercem um trabalho em condições que não são fáceis, e num contexto injusto porque são alvo de todo o tipo de reclamações por estarem na « linha da frente » quando o principal problema é a falta de funcionários para atender uma comunidade tão grande. Também para eles desejo melhores condições para o exercício de uma tarefa tão importante, e espero que os próximos anos sejam sinónimo de uma melhoria do relacionamento dos emigrantes portugueses com a figura do Estado através da rede consular. 

Não esqueço todo o pessoal diplomático da Embaixada, todos os trabalhadores com quem me cruzei durante 15 anos, e com quem pude sempre desenvolver relações cordiais, não obstante momentos de alguma tensão por causa da dificuldade de acesso ao Consulado.

Qual seria a visibilidade das Conselheiras e dos Conselheiros sem a comunicação social? Aqui também, vai um agradecimento muito especial a todas e todos aqueles que sempre acompanharam-nos no âmbito da divulgação das nossas preocupações e recomendações em prol dos portugueses residentes no estrangeiro. O vosso trabalho é importantíssimo para sensibilizar a opinião pública, tanto cá fora como em Portugal. Noto com agrado que esse acompanhamento tem evoluído significativamente estes últimos anos pela imprensa intra-fronteiras, sinal que a proximidade entre as Comunidades Portuguesas e a sociedade civil portuguesa é cada vez maior.

Mando igualmente um grande abraço para todas as Conselheiras e Conselheiros com quem trabalhei estes 2 mandatos. E faço votos que os novos eleitos iniciem agora uma dinâmica otimista, enérgica e frutífera, mesmo sabendo que estas funções se exercem, sem qualquer compensação pecuniária, sob a forma do mais puro voluntariado, muitas vezes com sacrifício da nossa vida pessoal e profissional.

Para todos os políticos, mulheres e homens, com quem tive a honra de trabalhar esta década e meia, o meu obrigado pela vossa sincera disponibilidade. A implementação do recenseamento automático foi de facto um grande avanço para as Comunidades Portuguesas. Aguardarei com expectativa os próximos passos de uma ação pública de proximidade com a Diáspora, designadamente com a revogação da propina no ensino de português para luso-descendentes, ou com o alargamento das modalidades de voto para as eleições Presidenciais. E quem sabe, teremos futuramente maior número de Deputados eleitos pelos círculos da emigração, se assim o entenderem. Estamos a meses de celebrarmos os 50 anos do 25 de abril, temos toda a legitimidade de, nós também, atendermos a um 25 de abril cá fora em termos de direitos políticos.

E finalmente, também saúdo todas as portuguesas e portugueses que encontrei nos mais variados países do mundo, e todos aqueles que encontrei aqui e alí, e que de alguma forma não se sentiram identificados nos parágrafos anteriores. 

Continuemos a celebrar Portugal, continuemos com esse inextinguível amor à Portugalidade.  

Pedro Rupio

Conselheiro das Comunidades Portuguesas entre 2008 e 2023.

PS : o arquivo do meu website enquanto Conselheiro pode ser consultado aqui

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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