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O respeito por Agosto

O mês de Agosto fica marcado pelo regresso em massa de emigrantes, a diáspora mantém a tradição de dedicar este mês à sua  terra natal, as aldeias da região, algumas quase desertas, rejuvenescem e a população aumenta com o regresso dos emigrantes, que mantém o seu amor e saudade à terra e a vontade de regressar durante um mês inteiro, que é de festa e reencontro com familiares e amigos.

Há milhares de emigrantes portugueses que este ano não vêm de férias a Portugal, devido à pandemia. A maioria fá-lo por receio do contacto com os mais velhos, mas há outras motivações: a perda de rendimento ou a quarentena obrigatória (e não paga) em países como a Suíça, a Bélgica ou a Alemanha.

É como se 2020 fosse um ano de intervalo na vida, para muitos dos que integram a diáspora. 

 A evolução e desenvolvimento das comunidades portuguesas espalhadas pelo Mundo, reflecte-se neste mês de Agosto, uma enorme aproximação e fraternidade entre os demais, as histórias das dificuldades ao sair para um país distante, com hábitos diferentes e uma cultura por vezes difícil de assimilar.

Perdeu-se uma geração para a emigração sem nada se ter feito e se insistir em políticas  para promover o regresso dos portugueses, não é uma prioridade, quem partiu encontrou alternativas de emprego que não tinha em Portugal e encontra-se estabelecido nos países de acolhimento, não pensa em regressar a correr ao nosso país.

Neste momento, aquela ideia do português que saiu para ocupar lugares que outros não queriam fazer, os chamados trabalhos “menos qualificados”, mas digno de um esforço diário para dar às próximas gerações um futuro mais próspero, está a dar frutos e a qualidade dos quadros de nível superior que um dia vão fazer falta ao país, não apenas pelo custo da formação, mas pela intensidade e compromisso assumido nas suas responsabilidades.

Temos portugueses na diáspora a fazer um excelente trabalho e a ocupar cargos de imensa responsabilidade política e social, que deviam ser aproveitadas nos seus municípios de origem e manter a tradição dos seus avós e pais, mas Portugal continua a não valorizar esse esforço feito pelas demais gerações.

Em conclusão, o mês de Agosto é um reencontro de memórias, afectos e saudades, onde o convívio e a solidariedade ainda prevalece como sinónimo de tradição, e identidade de um povo.

Um bem haja a todos e aproveitem as vossas férias tão desejadas.

João Fernandes 

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