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O menino Pedro e os outros…

O menino Pedro está muito chateado,
Fez birra, não gostou do seu brinquedo,
O menino é terrível, irrequieto e mal-educado,
Partiu-o com os pés e a mãe teve-lhe medo.

Os outros, meninos sem teto e sem brinquedo,
Coleantes entre estilhaços das bombas a rebentar,
São crianças que vivem em constante medo,
De um bando de couraçados à sua volta sempre a lutar.

O menino Pedro acorda de manhã todo animado,
Ao pequeno-almoço, leite, fruta e cereais,
Para a escola leva um lanchinho requintado,
Levanta-se da mesa, está cheio, não quer mais.

Amanhece e, os outros, meninos que a guerra consome,
Depois de uma perene noite, cheia de explosões,
Hão de enfrentar um dia de terror, medo e fome,
Como podem estas crianças Deus, viver nestas condições.

O menino Pedro tem uma escola para onde ir,
E por muito mimado que seja está a aprender,
O futuro, mesmo sem ele saber está-lhe a sorrir,
O Pedrinho um dia, isso há de perceber.

Os outros, meninos herdeiros de um escola destruída.
Revérberos de tão cruel destino, tão duro,
Uns morrem, outros ficam com vida,
E a esses, que vai ser do seu futuro?

Vamos Pedrinho, aplica-te e estuda,
Não te distraias e dá-nos um raio de esperança,
Faz-nos acreditar que é a tua geração que tudo muda,
Faz-nos crer que há um futuro para cada criança.

Os outros, meninos que crescem rodeados de guerra,
Como quem dorme um sono de sonhos reais,
Meninos que hão de herdar um dia esta terra,
Se hão de unir gritando…guerra, nunca mais.

O menino Pedro hoje está feliz,
Juntou a sua voz à voz dos outros meninos,
Num grito em uníssono, com força e com raiz,
Fizeram tremer todos os cretinos.

O menino Pedro, e todos os outros meninos,
Juntos por um mundo melhor,
Cruzam as suas vidas, os seus destinos,
Transformam a guerra, o ódio, em amor.

(Possivelmente…Poemas)
António Magalhães

 

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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