O selecionador nacional de futebol feminino, Francisco Neto, diz que a equipa das quinas está a preparar-se para uma nova fase competitiva e vai estar a postos para o apuramento do Campeonato da Europa de 2025.
Em antevisão ao encontro de preparação com a República Checa, Francisco Neto lembrou o trajeto feito pela equipa e rejeitou qualquer depressão pela prestação na Liga das Nações.
“Se olharmos aos resultados foi um falhanço, porque descemos de divisão. Já pela forma como competimos com as melhores equipas da Europa, sinto que demos um passo em frente na nossa mentalidade. É isso que queremos continuar a reforçar nestes jogos de preparação, que são preponderantes para fazer a crescer a equipa e continuar neste desenvolvimento”, disse o selecionador, frisando que “o foco agora é no Campeonato da Europa”.
Quanto às escolhas para este estágio, Francisco Neto admitiu que há muitas caras novas, mas considerou esse um “processo natural”.
“As jogadoras novas não são surpresa, temos vindo a segui-las, e este era o momento para as trazer para que possam entender os nosso processos e quais são as exigências de um jogo de seleção A. Se cumprirem em treino vão ter os seus minutos. Todas estão muito motivadas para jogar por Portugal e têm sido muito bem recebidas pelas mais experientes”, revelou o treinador.
Este estágio tem a particularidade de o grupo mudar de um jogo para o outro. Algumas jogadoras farão o jogo com as checas, mas depois despedem-se e entram na Cidade do Futebol outras atletas que vão preparar o embate com a Coreia do Sul. Francisco Neto admite que esta estratégia é rara.
“Vou revelar que esta ideia até surgiu de uma conversa com o mister Martínez, e gostei porque permitia ao mesmo tempo ter um grupo maior de jogadoras. É uma opção desportiva e para proteção das jogadoras, muitas delas com muitos minutos acumulados. Os clubes também entenderam que era uma medida de proteção de algumas jogadoras, estamos a experimentar e até agora tem-nos parecido muito bem”, explicou Neto.
Sobre a República Checa, o selecionador nacional frisou que “é uma equipa em transformação, com muitas jogadoras novas, muito competitiva e com grande dimensão física”.
Também presente na conferência de imprensa de antevisão ao jogo, Dolores Silva, capitã de equipa, revelou que “o grupo está bastante motivado” e vê com naturalidade a presença de jogadoras novas.
“Faz tudo parte de um processo e é sinal de crescimento. Queremos integrá-las para estarem à vontade, para ajudarem e darem o melhor pelos nossos objetivos”, disse a médio do Sporting de Braga.
Sobre os resultados recentes e descida de divisão na Liga das Nações, Dolores destaca o que a equipa cresceu nos últimos meses.
“Na Liga das Nações não fomos felizes, o futebol é assim. Mas fica o que trabalhamos para crescer como equipa. Temos uma responsabilidade muito grande e o que mais queremos é continuar a colocar Portugal no lugar onde deve estar. Temos de olhar para a frente e para o que aí vem, dando o máximo. Não nos podemos acomodar ao nosso trajeto. Queremos ganhar estes dois jogos e vamos fazer por isso”, terminou.
Portugal joga frente às República Checa na quarta-feira, às 18h15, no Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril, e seis dias depois, em 27 de fevereiro, à mesma hora e no mesmo local, terá como adversária a Coreia do Sul.