“Nações Unidas não podem ser vítimas da guerra na Ucrânia”
Paulo Pisco, deputado socialista eleito pelo círculo da Europa, disse esta quarta-feira, na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, que as Nações Unidas não podem ser vítimas da guerra na Ucrânia e considerou essencial a reforma do Conselho de Segurança.
“As Nações Unidas não podem ser uma vítima desta guerra só porque os membros do Conselho de Segurança [da ONU] se recusam a fazer as necessárias reformas”, afirmou o deputado do PS eleito pelo círculo da Europa, numa intervenção escrita a que a agência Lusa teve acesso e que consta da ata da sessão da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa.
Numa alusão indireta às críticas de que o secretário-geral da ONU, António Guterres, tem sido alvo desde que começou a invasão da Rússia à Ucrânia, Paulo Pisco considerou que “o Conselho da Europa deve defender uma reforma do funcionamento e composição do Conselho de Segurança para que possa, efetivamente, contribuir para a promoção da paz e da cooperação entre os povos”.
Paulo Pisco apelou também a que a Nações Unidas “tenham todo o apoio para que sejam p mediador central para a paz” e para que sejam tomadas todas as diligências, tendo em vista a investigação de “todas as categorias de crimes de guerra que tenham sido cometidos pelos exércitos da Federação da Russa”.
“Ninguém pode ficar indiferente nem caucionar os crimes e a violação das leis internacionais que estão em curso na Ucrânia. Ou os povos e as nações são respeitados na sua integridade e soberania ou seremos todos cúmplices e, ao mesmo tempo, vítimas desta barbárie”, advertiu o deputado socialista.
Paulo Pisco defendeu também que “nenhum país pode ser membro das organizações internacionais quando age contra os seus princípios e valores, como é agora o caso da Federação Russa”.
A Federação Russa, acusou, “viola de maneira escandalosa as fronteiras de outro país soberano e todos os níveis do direito internacional, embora isto já não seja novo”.
“É imoral que a Federação Russa, que abusa desde sempre do seu poder de veto para proteger atrocidades, se mantenha como membro do Conselho de Segurança como se não tivesse feito nada”, acrescentou.