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Misericórdia de Paris procura novo espaço e pede apoio à comunidade empresarial

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A Santa Casa da Misericórdia de Paris (SCMP) encontra-se à procura de um novo espaço nas cidades satélites de Paris para garantir a continuidade da sua missão, apelando à participação no “Clube 25 Empresas pela Solidariedade”. Estas são as principais conclusões do comunicado feito pela provedora Ilda Nunes.

“A Santa Casa da Misericórdia de Paris continua unida e determinada em garantir a continuidade da sua missão. Estamos ativamente à procura de um novo espaço, digno da história e da ação da SCMP, mas que também seja compatível com o nosso orçamento”, explicou Ilda Nunes.

A instituição procura um espaço com, pelo menos, 45 metros quadrados por uma renda máxima de 1.500 euros mensais (que tenha uma área para armazenamento de produtos e a possibilidade de poder receber as pessoas que procuram a organização) numa zona com boa acessibilidades (perto de uma estação de metro).

Os valores elevados das rendas no centro de da capital francesa, e o facto de que, para ficar no espaço ocupado até agora, teria de pagar 3.500 euros mensais de renda à agência Régie Immobilière de la Ville de Paris (com a qual a Câmara do comércio e indústria franco-portuguesa fez o contrato inicial de arrendamento), a SCMP está disposta a “procurar em zonas periféricas”.

A SCMP, que dividia o segundo andar da Porte de Vanves com mais três organizações, “a partir de dia 31 de março não terá nada a ver com a Câmara de Comércio”, disse à Lusa a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Paris. Ilda Nunes garante que nunca houve problemas no pagamento da renda, mas a instituição “não tem verbas para pagar 3.500 euros mensais”.

Ilda Nunes, ainda em comunicado, deixa o apelo: “A Misericórdia de Paris não pode fechar portas. Merece, acima de tudo, condições dignas para que os voluntários possam exercer o seu trabalho e para que quem mais precisa seja recebido com a dignidade e o respeito que merece”.

scmp

Acrescente-se, que a provedora realçou o convite aos empresários para a participação no “Clube 25 Empresas pela Solidariedade”, com uma contribuição mínima anual de 1.000 euros, dedutível fiscalmente, para assim garantir “a continuidade do apoio essencial” aos mais necessitados. “Sabemos que o desafio é grande, mas acreditamos que, com a solidariedade e o apoio da comunidade empresarial, conseguiremos garantir este futuro”, referiu.

Segundo o LusoJornal, o antigo deputado e antigo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Carlos Gonçalves, sugeriu a procura de alternativas, sublinhando que “fora de Paris os alugueres são bem mais baratos”. Já a cônsul-geral Mónica Lisboa reforçou o compromisso do Consulado: “A Misericórdia de Paris continuará sempre a contar com o nosso apoio, nomeadamente a nível jurídico e social”. O Embaixador de Portugal em Paris, José Augusto Duarte, também se associou ao apelo e reiterou o apoio institucional.

Recorde-se que, a 26 de fevereiro, o deputado socialista eleito pelo círculo eleitoral da Europa, Paulo Pisco, questionou o Governo, nomeadamente o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, sobre que medidas vão ser tomadas para evitar a saída da SCMP dos atuais locais e a eventual suspensão do apoio que esta presta à comunidade portuguesa na região da capital francesa.

A Misericórdia de Paris tem desempenhado um papel essencial no apoio às famílias carenciadas da comunidade portuguesa em França. O futuro da instituição depende agora da solidariedade dos empresários e do plano de financiamento que consiga assegurar a sua continuidade.

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