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Michelle de Assumpção: no universo da cultura popular

Jornalista, com extensa atuação na imprensa cultural, Michelle de Assumpção atuou nos dois mais importantes jornais de Pernambuco, seu estado natal, o Jornal do Commercio e o Diário de Pernambuco. Neles, acompanhou o surgimento do manguebeat e sua expansão de fronteiras mundo afora. Na Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco e na Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) tem realizado importante trabalho de divulgação de artistas e grupos de cultura popular. Em 2020, publicou, pela Cepe editora, a biografia de Lia de Itamaracá, considerada a rainha da ciranda no Brasil.

O que a levou a se interessar por cultura popular?

Sou filha de um conhecido compositor de frevos pernambucanos, Jota Michiles. Meus tios também eram músicos, carnavalescos. Cresci em casas – a dos meus pais e dos meus avós – que respiravam música, desfile de blocos, concursos de frevos e outros gêneros populares. Eu estava sempre nas coxias de algum festival da canção, onde meu pai sempre saía com alguma premiação. Assim, expressões da cultura popular nordestina entraram na minha vida. Ali conheci o frevo (com todos os seus gêneros), o maracatu, o caboclinho. Depois, na escola, os pastoris e a ciranda, que na minha cabeça era brincadeira de roda de criança. Na adolescência, ouvi pela primeira vez sobre a ciranda como uma dança de adultos, a partir do movimento feito por Dona Duda, que acontecia nos finais de semana, na praia do Janga, litoral norte de Pernambuco, atraindo visitantes e turistas de todo o estado e de outros cantos do Brasil. Quando escolhi, como formação profissional, o jornalismo, naturalmente fui admitida num caderno de cultura, do “Jornal do Commercio”, onde passei três anos. Ali, por todo esse meu histórico, fui me especializando em  reportagens sobre o universo da cultura popular de Pernambuco, suas brincadeiras, seus mestres e mestras. Depois, fui para o “Diário de Pernambuco” e continuei setorista na área da cultura, desenvolvendo mais perfis, reportagens especiais, entre outros produtos jornalísticos. Cheguei a acompanhar, em 1998, a excursão de um maracatu pela Europa. Assim fui, acredito, aprofundando meu mergulho nas questões e nos personagens da nossa cultura popular.

No ano de 1991, teve início o Movimento Manguebeat, em Recife, que combinava rock’n roll, hip hop e maracatu. O que dizer daquele período? Qual a importância do Movimento Manguebeat para nossa cultura musical?

O movimento Manguebeat aconteceu num momento de marasmo cultural na cidade do Recife, capital pernambucana. Marasmo esse que espelhava apatia e falta de criatividade na arte e na cultura, de forma geral, em todo Brasil. Salvador, na Bahia, ditava e exportava a moda da axé music (uma pasteurização da rica cultura do ijexá, das músicas dos blocos afros, mas isso é outra história…). Essa onda forte penetrou Pernambuco com os trios elétricos a ditarem o formato das festas de rua, dos carnavais. E era isso que os jovens consumiam. Eu só conseguia gostar do Olodum e, olhe lá, de Daniela Mercury. Os artistas pernambucanos mais famosos também tentavam reproduzir essa música baiana de sucesso radiofônico e fonográfico. Então, quando alguns rapazes da periferia e do litoral pernambucano chegaram fazendo aquele som, que misturava guitarra e tambores de maracatu, rock com samba, coco com hip hop, entre outros hibridismos, os críticos musicais, a mídia especializada, o mercado fonográfico e, claro, o público que conseguia ter acesso, simplesmente piraram. Ficou conhecido como movimento Mangue ou manguebeat. Não era só música. Era conceito, era manifesto, era um grito de “vamos fazer nós mesmos, agitar essa cidade, vamos ouvir o som daqui e o som do mundo”. Existia novamente vida na música, personalidade, voz própria. E eram vozes que dialogavam com o mundo. O local e o universal.  O rural com o urbano. O novo e o antigo. E é nesse contexto de ir conversar com o rural, com o antigo, que o manguebeat descortina os artistas populares, que estavam em seus territórios carregando o legado de suas manifestações seculares. Chico Science, numa de suas músicas, cita o Mestre Salu, que foi um dos mais importantes mestres populares de Pernambuco. Rabequeiro, mestre de maracatu rural, cavalo marinho, entre outros brinquedos populares. Então essa conexão foi se ampliando. O Festival Abril pro Rock, que foi a principal plataforma de apresentação das bandas do manguebeat, passou a escalar esses artistas da cultura popular para tocarem nos palcos por onde passavam as bandas do Mangue e as bandas autorais mais legais do Brasil naquele momento. Foi no Abril pro Rock de 1998 que vi cantar (e encantar), pela primeira vez, Lia de Itamaracá.  

Como gestora, você atua na Secretaria de Cultura e na Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco. O que dizer da atual situação de apoio à cultura no Brasil? Em Pernambuco, como têm sido desenvolvidas as políticas culturais?

Temos duas situações a considerar. Um cenário antes da pandemia e um cenário pandêmico. Cenários estes que coincidem também com os governos federal e estadual de ideologias e práticas totalmente opostas. Aqui é importante dizer que as culturas populares, sobretudo, dependem das políticas públicas para sobreviver. Diferente da produção artística mais comercial, que segue a lógica do mercado e é regida por ela. As políticas públicas para o reconhecimento, registro, fortalecimento, valorização, tanto do ponto de vista da fruição, quanto da formação na área da cultura, floresceram no país nos governos Lula e Dilma (este último com menos incentivos, mas ainda assim válidas, importantes). A partir da saída da presidenta Dilma, ainda no governo Temer, que a substituiu após o golpe, as políticas federais para a cultura praticamente foram paralisadas. Com a chegada de Bolsonaro ao poder, assistimos com pesar ao desmonte das políticas culturais. A começar pela própria extinção do Ministério da Cultura. Foram os governos de esquerda que começaram a promover a cultura em rede no país. A partir de uma interlocução democrática com estados e municípios, esboçaram a criação do Sistema Nacional de Cultura, que iria interligar as políticas federais, com repasses de verba fundo a fundo. Alguns programas chegaram a ser implementados, Cultura Viva, por exemplo,  e serviram para comprovar que o formato funcionava, que precisava virar lei e ser implementado por todos os entes da Federação. Uma política interligada, feita para promover, sobretudo, as expressões artísticas, os projetos, os grupos, os equipamentos ligados às culturas que não despertam o interesse do mercado. Aí cabiam todas as manifestações das culturas populares do país. Pernambuco, nesse momento do Brasil, teve sua política fortalecida. As secretarias estaduais e a produção cultural independente  conseguiam acessar convênios com o Governo Federal, por meio de editais, recursos para bancar seus projetos. Muitos espetáculos, discos, livros, oficinas, turnês, eventos, puderam ser feitos nessa época, contemplados pelos editais federais e estaduais. É importante falar desse passado recente do país, pois foi uma construção tão bem fundamentada, que ela continua na mira dos que fazem a produção cultural do país acontecer. Sejam gestores públicos, sejam artistas.  Por isso, nem eu nem milhares de pessoas que militam pela cultura neste país conseguimos entender como alguém consegue se dizer “da cultura” e ainda defender o governo que aí está. É impossível. Finalmente, dizer ainda que me sinto um pouco privilegiada por estar em um estado como Pernambuco. Com um governo que faz oposição clara ao grupo que hoje ocupa as instâncias federais, aqui conseguimos manter políticas que, apesar da falta de recursos, garantem um setor estruturado, com secretaria de cultura e órgão de preservação do patrimônio (Fundarpe) atuantes. Por meio deles, mantemos ativas uma rede de equipamentos culturais, como museus, galerias, teatros e cinema com programação permanente. Realizamos editais públicos, sendo o Funcultura o maior deles, anualmente incentiva com R$ 32 milhões diversos projetos da cultura e programas como Patrimônio Vivo, que oferece uma bolsa mensal vitalícia para mestres e mestras da cultura popular do estado. Praticamente todos os investimentos em cultura feitos hoje, seja pelo governo, seja pelos municípios, são de recursos próprios, porque, como disse anteriormente, se extinguiram as parcerias, os convênios antes existentes com o governo federal. Os artistas pernambucanos e brasileiros trabalham hoje à custa de muito amor e compromisso pela arte e na espera de que um novo governo substitua o que aí está, para que sejam retomadas as políticas desse setor tão importante, inclusive para a economia do país, que é a cultura.

Diante do quadro aterrador do país,  agravado pela pandemia, como os artistas e grupos da cultura popular têm conseguido sobreviver?

Terminei respondendo essa pergunta anteriormente. Mas, continuando aqui, aproveito para acrescentar mais uma informação importante. Dizem que toda crise gera oportunidades. E com a pandemia não foi diferente. Uma mobilização nacional, que envolveu a sociedade civil organizada da cultura, gestores públicos estaduais e parlamentares, resultou na aprovação da Lei Aldir Blanc (que recebeu este nome para homenagear importante artista, compositor brasileiro, que faleceu em decorrência da Covid-19). O Governo Federal, após muita pressão,  articulação da sociedade e alguns parlamentares, editou Medida Provisória que liberou R$ 3 bilhões da pasta da cultura que estavam parados e puderam, então, ser divididos entre estados e municípios brasileiros. Cada ente federativo que aderiu ao programa criou seus próprios editais. Em Pernambuco, por exemplo, foram sete certames. A partir desses editais, centenas de projetos culturais foram aprovados e muitos já foram ou continuam sendo executados, neste momento. A Lei Aldir Blanc previa que a execução dos recursos, pelos governos estaduais e municipais, deveria ser feita até dezembro de 2020. Então, praticamente muitas secretarias de cultura não atingiram essa meta e ficaram com sobras do dinheiro destinado pela lei. Até que uma nova medida, agora em 2021, permitiu a execução desse saldo restante. Assim, neste momento, muitos estados (incluindo Pernambuco) estão publicando novos editais para que os artistas acessem mais uma vez esses recursos e consigam mitigar o cenário adverso da cultura na pandemia.

Seu livro “Lia de Itamaracá Nas rodas da cultura popular” apresenta vultoso resgate da ciranda, expressão cultural oriunda do litoral e também da Zona da Mata pernambucana. Como foi o processo de pesquisa que o gerou?

O livro compõe a coleção Perfil, da CEPE Editora, que tem como proposta apresentar a vida e o legado de pernambucanos ilustres, a partir de narrativas mais autorais. A biografia veio numa esteira de importantes acontecimentos na vida da artista, que só fizeram atestar a nobreza de sua arte e  a sua importância para a cultura brasileira. Ela, que já tinha recebido o título de Comendadora da Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, em 2004, e de Patrimônio Vivo de Pernambuco, em 2005, recebeu, em 2019, da Universidade Federal de Pernambuco, o título de Doutora Honoris Causa. Fui testemunha de todos esses momentos na vida da artista e queria sobretudo contar essa história de conquistas, de como Lia foi se transformando nesse ícone que ela é hoje da cultura popular brasileira. Para mergulhar no infinito particular e coletivo de Lia, fiz muitas idas à ilha de Itamaracá, acompanhei shows e gravações. Também recorri a seus amigos da ilha, pescadores, vizinhos. Em paralelo, recorri aos arquivos de jornais antigos para preencher as lacunas dessa narrativa, em parte apagadas pela sua própria memória, em parte por não haver interesse da artista em evidenciar acontecimentos tristes e que foram muitos em sua vida. O trabalho resultou no que considero uma grande reportagem sobre a história da artista, dentro do contexto da ciranda e da cultura popular de Pernambuco.

O que mais a impressiona em Lia e em seu trabalho, que ultrapassou nossas fronteiras?

O que mais tem me impressionado atualmente é a força de Lia, que vem crescendo na proporção da longevidade de sua trajetória. Ao contrário do que acontece com a maioria dos artistas quando ficam mais velhos, Lia, aos 77 anos, vem ampliando sua atuação, conquistando mais reconhecimento, inclusive entre o público mais jovem, que passou a conhecer sua música mais recentemente. Pude testemunhar isso no seu último show, antes da pandemia, no festival indie Coquetel Molotov, no Recife, quando ela lançou o lindo disco Ciranda sem fim. Nele, as cirandas tradicionais ganham uma roupagem mais eletrônica e Lia se abre a outros gêneros, como boleros. Um projeto ousado para ela, que poderia estar, neste momento,  em Portugal e em outros países da Europa, circulando com seu show. Com a pandemia, a turnê pela Europa, que estava sendo articulada, foi suspensa. Lia segue com planos, para o ano que vem, de retomar o projeto de um giro internacional, com seu novo show. Essa energia da artista surpreende a todos que acompanham sua trajetória. Mas acredito que a força que a fez ultrapassar fronteiras vem de um conjunto de fatores, tais como sua voz peculiar, sua imagem de uma negra de 1,80 m de altura, de sorriso largo e olhar que fala mais que as palavras, de seu lugar de intérprete de um gênero musical que por tanto tempo foi desconhecido, até mesmo dos pesquisadores da cultura popular, que é a ciranda. Uma música, por essência, democrática, cuja força está nas mãos unidas numa grande roda que não cessa, do início ao fim de uma apresentação. Como diz Lia, é uma brincadeira que “dança pobre, dança rico, dança preto, dança branco”. Outro exemplo que Lia deixa é o mesmo de grandes divas da chamada world music, tais como Mercedes Sosa, Cesária Évora ou Clementina de Jesus e Jovelina Pérola Negra. Mulheres fortes de origem popular que cantaram seus territórios e por serem representantes do que era de mais local, tornaram-se universais. Assim foi Mercedes, com a canção folclórica argentina, Cesaria com a morna cabo-verdiana, Clementina e Jovelina, a partir do samba, e Lia de Itamaracá, com a ciranda.

Lia de Itamaracá é uma das provas de que, apesar de toda opressão dos brancos em relação à cultura negra, a resistência dos afrodescendentes é maior do que a cultura oficial poderia imaginar. Como explicar tal fato?

Acredito numa soma de fatores. Um deles, a diversidade étnica dos negros africanos que aqui chegaram e foram escravizados, somada a uma também diversa etnia dos povos indígenas, originários da nossa terra, espalhados em milhares de tribos. Sem contar com as tradições europeias, portuguesas, sobretudo, que também herdamos. Sendo, aliás, a ciranda, uma delas. A cultura brasileira, de fato, carrega traços de todos esses povos que formaram nosso povo, mas, sem dúvida, hoje, sobretudo, no Nordeste brasileiro, a maioria das manifestações populares tem origem afro-indígena. Durante séculos, elaborar e reelaborar essas tradições foi uma prática comum dos negros afrodescendentes que estavam a trabalhar nas lavouras e também nos centros da cidade, em empregos diversos. As nossas festas populares derivam de eventos religiosos e também de trabalho. O coco, por exemplo, surge com a pisada dos homens e mulheres para firmar o piso de barro, no chão de casas recém construídas.  A ciranda também teria sido uma forma de diversão para pescadores, ao regressarem do mar. Assim como o maracatu rural é festa de trabalhadores da cana de açúcar, no litoral pernambucano. Sendo o povo negro a base da nossa economia, é sua cultura também essa base forte e, ainda que escassa de incentivos, resistente.

A que atribui ser o Nordeste brasileiro imenso manancial de cultura popular tão viva?

A origem das manifestações populares está geralmente ligada às festas de fé ou de trabalho. Temos, no Nordeste, uma população originária que vem carregando e transmitindo alguns saberes e vivências seculares para seus descendentes. Transmissão essa que ocorre, especialmente, de forma oral. Diferentemente do que acontece em capitais do Sul e Sudeste, cuja população é formada em grande parte por grupos que migraram (do Nordeste em sua maioria), no Nordeste vamos ter populações, sociedades inteiras, que estão aqui desde os tempos mais remotos, incluindo quilombolas e indígenas. Daí a força das expressões que se originaram dessas populações e ao longo dos séculos foram sendo repassadas, num processo que coloca em debate temas como tradição e renovação. Porém, sem dúvida, uma cultura popular viva, como você disse. Pois que não se trata de uma reprodução do que foi feito no passado, mas sim de expressões que são mantidas, porém renovadas pelos seus fazedores, geração após geração. Assim, são os grupos de maracatu, coco, reisado, cavalos-marinhos, bumba-meu-boi, frevo, entre dezenas de outras expressões que encontramos nesse diverso Nordeste brasileiro.

Por que razão afirma que “ a ciranda virou um epíteto da esquerda nesses últimos anos de instabilidades política, social, econômica…” em nosso país?

O livro traz algumas narrativas sobre a história de Lia de Itamaracá, que é considerada a rainha da ciranda. Então, me debrucei um tanto sobre esse gênero e, ao final dele, problematizei rapidamente sobre uma simbologia que a ciranda adquiriu nos últimos tempos, por ser uma manifestação considerada democrática, popular, onde todos dão-se as mãos numa grande roda, sempre a girar. Frente aos acontecimentos da política no Brasil, nos últimos anos, consolidou-se uma esquerda mais “paz e amor”, que utilizou da arte, do lúdico, dos memes, para se posicionar e fazer enfrentamentos, principalmente no ambiente virtual. A ciranda, pelas características desse gênero/dança, tornou-se um exemplo do “ninguém solta a mão de ninguém”, uma frase-meme que viralizou no Brasil, logo após a vitória do candidato de extrema-direita. Uma forma de dizer que haveria apoio mútuo a todos que, dali em diante, teriam que fazer enfrentamento ao novo governo. Claro que, até aquele momento, ninguém imaginava a pandemia do Coronavírus e que o meme correto seria “lavem as mãos” e “fiquem em casa”. Ou seja, ninguém tocaria mais na mão de ninguém por muito tempo. Das grandes ironias da vida, para nossa tristeza e frustração.

A resistência, através de nossos valores culturais genuínos, tal qual a de Lia de Itamaracá, será a saída para os tempos áridos em que vivemos?

Diante da peste que se abateu sobre nós, ficar vivo é literalmente a maior resistência. Estamos vivendo tempos muito difíceis e, na área da cultura, ainda mais. As atividades culturais e artísticas foram as primeiras a serem paralisadas com a pandemia e estão sendo as últimas a voltar à normalidade. Uma pequena abertura está sendo ensaiada, mas sem certezas de que não teremos mais uma vez que cancelar espetáculos, fechar teatros, entre outros equipamentos culturais. Como o mundo todo já sabe, o Governo Federal optou por não gerenciar essa grave crise sanitária e seguiu na contramão das organizações sanitárias do mundo inteiro, que orientavam o distanciamento social e a vacina, por exemplo. As festas populares estão canceladas há quase dois anos, os mestres e mestras da cultura seguem sem poder circular e, assim, sustentar e manter suas brincadeiras. Nesse cenário, ainda desolador, Lia é, sim, um exemplo. Porque agora mesmo ela se ergue, mais uma vez, como uma das maiores da cultura popular do Brasil e ensaia projetos novos, que vão dar o que falar, ainda este ano e no próximo.

Sobre os autores da entrevista: Angelo Mendes Corrêa é doutorando em Arte e Educação pela Universidade Estadual Paulista, mestre em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo (USP), professor e jornalista. Itamar Santos é mestre em Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo (USP, professor, ator e jornalista.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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