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Metade dos incêndios em Portugal são causados propositadamente

© Lusa

Metade dos incêndios urbanos em Portugal tem origem dolosa, refere um estudo da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), que alerta para o elevado risco de ocorrências e alarmes falsos.

Num universo investigado pela ANEPC, correspondente a 13% do total dos incêndios urbanos confirmados em Portugal continental em 2023, “constata-se que a origem dolosa representa 48%, seguida da origem negligente em 12% das situações”, pode ler-se no Anuário de Segurança Contra Incêndio em Edifícios 2023, consultado pela Lusa.

De acordo com o estudo, 25 por cento dos casos tiveram origem acidental, seguindo-se de origem inconclusiva (15%).

A ANEPC refere que foram registados “1840 falsos alarmes em Portugal Continental, valor ligeiramente superior aos anos anteriores, e que originaram o acionamento de 13 592 bombeiros e 3947 viaturas”.

No total, verificaram-se 9.665 ocorrências de incêndios urbanos no ano passado, metade das quais na Grande Lisboa, Área Metropolitana do Porto, Península de Setúbal e Região de Coimbra.

Em comparação com 2022, o Anuário concluiu que o número de vítimas mortais em incêndios urbanos em Portugal baixou de 44 para 29 em 2023. Já o número de feridos é semelhante.

“Considerando os valores dos últimos três anos, relativos a vítimas mortais resultantes de incêndios urbanos, conclui-se que em Portugal Continental, em média, ocorrem 34,25 mortos por ano”, pode ler-se no documento.

A maior parte dos incêndios teve início à hora de almoço e há uma maior incidência durante o inverno.

No total, confirmaram-se 7.192 incêndios em edifícios em utilização, verificando-se ainda 607 casos em espaços devolutos.

Segundo a ANEPC, “vale a pena refletir sobre estes dados e interpretá-los, procurando identificar as suas causas”, num “desafio que constitui, como o tradicional mote da atividade de proteção civil, uma verdadeira tarefa de todos e para todos”, refere a direção da ANEPC, presidida por Duarte da Costa.

No texto que assina, o presidente da ANEPC considera que “só com a análise conjunta de todas as partes interessadas será possível definir estratégias que permitam melhorar as condições de segurança do edificado e, acima de tudo, dos seus ocupantes”.

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