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Marcelo: quando se é Presidente não se pode dizer não quero câmaras

Marcelo Rebelo de Sousa chegou sábado à tarde à praia da Ericeira de calções de banho azuis, a conduzir o seu carro e, não fossem os curiosos e uns discretos policias, e quase podia passar despercebido.

Mas não. Não passou despercebido o Presidente da República que, há três semanas, estivera ali no início do desconfinamento devido à pandemia de covid-19 que quase parou o país e a Europa e prometeu voltar para dar um mergulho nas águas “quentes” da Ericeira – palavra de Marcelo, entre os 18,5º e os 19º Celsius.

Estavam lá os autarcas, os curiosos, os jornalistas para ver o Presidente que confessou incomodar-se “um bocadinho” com tantas câmaras à sua volta.

“Sem vento, uma temperatura excecional para esta época do ano”, descreveu o Presidente que, durante os 20 minutos nadou acompanhado pelos nadadores-salvadores da praia, e ainda teve tempo para ‘selfies’, de longe, com distanciamento, e ainda para fazer um cálculo de somar.

Olhando de longe, a praia dos pescadores, com uma capacidade autorizada de 500 pessoas, tinha hoje “umas 100”, disse, com bastante espaço de distância entre cada chapéu de sol e grupos estendidos ao sol.

Este cálculo serviu para, uma vez mais, Marcelo, o Presidente, ter pedido que todos tenham cuidado e possam gozar “com precaução” a época balnear: “Com bom senso, cuidado, distanciamento, respeito da capacidade de cada praia, quem sabe nadar, nadar, para [usar] máscara, exceto nadando.”

E foi o que ele próprio fez, que teve sempre a máscara enquanto passeou na localidade, sempre acompanhado pelo presidente da câmara de Mafra, Helder Sousa Silva, ele também de máscara, e dois seguranças, que ficaram discretos.

Marcelo também não conseguiu passar despercebido na praia. Ouviu graças – “não se constipe, senhor Presidente”. Ou até apelos a uma recandidatura em 2021 – “Presidente… mais cinco anos”.

Mas foi rápido a entrar no mar, onde ficou nadou 20 minutos na praia de onde partiu a família real após a implantação da República em 1910. Depois, saiu, secou-se, trocou de roupa, tirou ‘selfies’ e subiu a rua ao paredão da vila, onde foi aplaudido ao passar.

Antes, na praia, uma criança perguntou se não o incomodava “não ter paz”, andar sempre com as câmaras atrás, seja para onde for,

“Um bocadinho, mas faz parte. Quando se é Presidente da República, não se pode dizer ‘não quero câmaras’”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa almoçou com autarcas num restaurante da Ericeira, mas sem câmaras à volta

 

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