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Marcelo. De gravata mas sem terno

Não sei muito bem se foi o cidadão Marcelo Rebelo de Sousa (MRS), se foi o Presidente da República MRS, quem falou ao País no domingo à noite desde a sua casa particular em videochamada, onde se encontra em quarentena voluntária.

Depois de decidir ficar em quarentena, que terá dado estragos económico-sociais imprevisíveis para Portugal, com tamanho alarme social para o mundo, no empirismo das suas ideias, na vida doméstica de homem que mora sozinho, como fez questão de mensurar, aparece desde casa com gravata. Fato e gravata, vá lá.

Em 2018, António Costa, o primeiro, apresentou-se à futrica desde Luanda, numa visita oficial a Angola, o que causou indignação geral, que se tornou num assunto de Estado, quase tudo porque se apresentou sem gravata e com jeans, não sei se Levi’s Strauss, ainda não consegui apurar, o que “faz toda a diferença”, completamente diferente de fazer muita ou pouca diferença.

Ora Marcelo Rebelo de Sousa, na tal quarentena voluntária em casa, apresentou-se ao País engravatado.

Eu a propósito lembro-me que já o vi nas várias informalidades como fato de banho, chinelo e coisa e tal. Haverá aqui alguma incoerência – algo que não bate muito bem a bota com a perdigota, até porque MRS deixou inferir que esta comunicação ao país era informal.

MRS num acto inédito quanto o que o mundo está a viver, não tem aparecido sob o manto da quarentena, impedido de opinar tutti quanti, talqualmente como nos habituou.

Por aqui tem-nos descansado. Mas já não sei se MRS se cansa ou descansa. Imaginar o Presidente da República descansado, a descansar, não é muito claro.

Mas, porém, todavia e contudo, ter-lhe-á calhado bem. Ainda que deva ser um conflito entre Marcelo presidente, e Marcelo cidadão numa posição hercúlea de ficar calado.

Na sua sagacidade – MRS – há-de ter conversado com os botões do seu fato mais os da nívea camisa, e concluído que até lhe calha bem. Que o poupa a disparates.

Presumo que Marcelo Rebelo de Sousa, de gravata entre as lides domésticas, se encontra a ensaiar para Quarta-Feira, por fim, – na reunião do Conselho de Estado que anunciou, se prepara, solenemente, para decretar o Estado de Emergência Nacional.

(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).

 

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