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Marcelo condecora dupla de economistas portugueses

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O chefe de Estado Marcelo Rebelo de Sousa condecorou esta quinta-feira os economistas Manuela Morgado, elogiando o seu “caráter pioneiro na afirmação da mulher”, e Vítor Constâncio, enaltecendo o seu contributo “como braço direito do presidente Draghi” no Banco Central Europeu (BCE).

Numa sessão comemorativa dos 25 anos da Ordem dos Economistas, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa entregou a Manuela Morgado a Grã-Cruz da Ordem do Mérito e a Vítor Constâncio o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique, os mais altos graus destas duas ordens honoríficas.

Sobre Vítor Constâncio, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “já há muito tempo que está pendente” a condecoração hoje atribuída, porque “exerceu um cargo que é um cargo basilar nas instituições europeias”, de vice-presidente do BCE.

“Como braço direito do presidente Draghi inspirou, iluminou e influenciou, com a sua visão de economista, a intervenção do Banco Central Europeu (BCE) num período crucial da nossa vida coletiva, e essa homenagem estava por fazer”, considerou.

Sobre Manuela Morgado, que presidiu à Associação Portuguesa dos Economistas e foi homenageada pela Ordem dos Economistas nesta sessão, o Presidente da República disse que “liderou uma associação e transformou-a numa ordem, isso não tem preço”.

“Pois aqui estamos para homenageá-la e agradecer-lhe pela sua competência, pela sua determinação e por ter sabido transportar isso para o serviço de uma classe profissional”, acrescentou.

O chefe de Estado elogiou também Manuela Morgado pelo “caráter pioneiro na afirmação da mulher na sociedade portuguesa”, considerando que “de facto foi difícil essa afirmação, ainda hoje é difícil”, apesar dos passos dados.

“Se olharmos para posições de responsabilidade nalgumas áreas do setor empresarial, não digo na universidade, que bem conheço, não digo na Administração Pública, mudou e está a mudar, não digo nas magistraturas, mas no sistema político certamente, no sistema administrativo a começar no poder autárquico certamente e em lideranças empresariais essa sobrevivência do passado existe”, apontou.

Segundo o Presidente da República, “homenageando estes dois economistas, homenageia-se o universo dos economistas portugueses na excelência do seu contributo” para o país.

A propósito da condecoração do antigo governador do Banco de Portugal e antigo ministro das Finanças Vítor Constâncio e do seu tempo no BCE, Marcelo Rebelo de Sousa falou da recente saída de Mario Draghi pela chefia do Governo de Itália.

“Funções políticas que inopinadamente cessaram – não me pronuncio sobre o bem da Itália, mas ouso dizer com algum lamento do ponto de vista europeu”, comentou.

Marcelo Rebelo de Sousa não tinha na sua agenda divulgada publicamente a participação nesta iniciativa da Ordem dos Economistas, que deu início às comemorações dos 25 anos desta organização profissional.

O Presidente da República foi o último a discursar, no encerramento da sessão, e elogiou as intervenções anteriores de Vítor Constâncio e de Antónios Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal.

Da intervenção de Constâncio, destacou a ideia de que “vale a pena parar, refletir e provavelmente repensar” a política de subida das taxas de juro do BCE, “que pode ainda ir a tempo de minimizar os riscos de uma evolução económica mais negativa”.

O chefe de Estado retirou da intervenção de António Saraiva a mensagem de que não se pode “perder a perspetiva do médio-longo prazo, uma vez que há problemas estruturais que de cada vez que são ignorados se agravam”.

“E fica aqui feito esse apelo. Num dia muito especial, que é o dia da votação na generalidade do Orçamento do Estado para o ano que vem. Foi uma coincidência”, observou.

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