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Manipula a informação e terás o povo na mão

Julian Assange enfrenta até 175 anos de prisão por publicar documentos sobre crimes de guerra dos EUA no Iraque e Afeganistão. O sistema judicial britânico levantou (10.12.2021) a proibição de extradição de Assange para os EUA.  

Esperemos que o fundador do Wikileaks não seja extraditado para os Estados Unidos.

Aqui pode-se constatar um exemplo claro como os interesses do poder e das suas elites (instituições) são colocados acima dos interesses do povo e do desenvolvimento dos povos.

Não são os criminosos de guerra e os seus chefes que deveriam estar na prisão, mas sim os investigadores, os jornalistas que descobriram os crimes e os trouxeram à atenção do público que vão lá parar.

Em Portugal, há um caso semelhante contra Rui Pinto, que deve ser mantido em silêncio para que os detractores possam permanecer intocáveis (Também Rui Pinto com a sua plataforma “Football Leaks” (“Fugas de Futebol”)  sofre um mau bocado por ter exposto escândalos ao público). 

O controlo da informação forma a consciência das pessoas, que chegam sempre demasiado tarde para se aperceberem do que realmente se passa.

Os factos (vai-se distraindo o povo filosofando em torno deles) só são geralmente tomados a sério, passados 70-80 anos sobre eles. Deste modo protegem-se os detratores e protege-se o regime que com eles faz o seu negócio à custa de muita vítima inocente. 

O grande afronto ao desenvolvimento da humanidade encontra-se precisamente travado por este dilema: defender os interesses de elites (e instituições organizadas) ou defender os interesses do bem comum e do verdadeiro progresso (que não o corrente “progresso” de que tanto se servem elites para se perpetuarem no sistema a custo do atraso do desenvolvimento popular e histórico).

Aqui não se trata de casos emblemáticos! De facto, a verdade que permanece é a que defende interesses institucionais ou ideológicos e não a da sensibilidade popular. Esta é limitada ao papel de observadora e aplaudidora da “procissão” que passa. 

As elites sabem que nos encontramos todos demasiadamente perdidos nos próprios interesses para podermos dar valor aos interesses que nos determinam. Elas fazem o mesmo, mas como têm as mãos na massa servem-se dela.

O macabro da questão é que esclarecimento/informação  é interpretado como espionagem, como G. Orwell já tinha advertido no seu livro “1984”.

E depois entretemos o povo a falar de ditadores e de ditaduras para escondermos o que se passa dentro da própria casa!…

António CD Justo

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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