Macron promete lei para desbloquear o orçamento e novo governo nos próximos dias
Emmanuel Macron garante que será apresentada no Parlamento em meados de dezembro uma lei especial sobre finanças para “a continuidade dos serviços públicos e da vida do país”.
O presidente francês falava numa alocução aos franceses ao princípio da noite de quinta-feira e afirmou que embora a moção de censura tenha deixado França sem orçamento para 2025,, “será apresentada uma lei especial antes de meados de dezembro no Parlamento e esta lei temporária permitirá, como está previsto na nossa Constituição, a continuidade dos serviços públicos e a vida do país”.
Apesar de muitos opositores pedirem a demissão do presidente, Emmanuel Macron descarta demitir-se antes do final do mandato: “o mandato que me confiou democraticamente é um mandato de cinco anos e irei exercê-lo integralmente até ao seu termo”, garante o chefe de Estado.
“A minha responsabilidade exige garantir a continuidade do Estado, o bom funcionamento das nossas instituições, a independência do nosso país e a protecção de todos vós”, especifica, enquanto os apelos à sua demissão continuam a multiplicar-se desde o voto de censura do Governo Barnier.
Embora o Eliseu tenha garantido que o presidente não anunciaria o nome do seu novo primeiro-ministro esta noite ou amanhã de manhã, Macron anunciou que o nomearia “nos próximos dias”. “Encarregar-me-ei de formar um governo de interesse geral que represente todas as forças políticas de um arco governativo que nele possa participar ou, pelo menos, que se comprometa a não o censurar”, acrescentou.
Para o chefe de Estado, “a extrema-direita e a extrema-esquerda uniram-se numa frente anti-republicana”. Ao votar a favor da moção de censura, segundo Emmanuel Macron, “a extrema-direita e a extrema-esquerda uniram-se numa frente anti-republicana”. “Sei que algumas pessoas se sentem tentadas a culpar-me por esta situação. É muito mais confortável”, acrescenta.
Acreditando que a Assembleia Nacional votou a favor de “uma moção de censura que dizia o contrário do seu programa”, o chefe de Estado acusou o partido de extrema-direita de ter “optado pela desordem”.
“Só pensam numa coisa: nas eleições presidenciais, em prepará-las, em provocá-las, em apressá-las”, acrescentou.
“Quero agradecer a Michel Barnier”, começa o Chefe de Estado, “pelo trabalho que tem desenvolvido pelo nosso país, pela sua dedicação e pela sua combatividade”, considerando que o seu governo se revelou “à altura do momento”, afirmou Macron.