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Investigadores portugueses estudam couve-brócolo para combater obesidade

Investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) estão a estudar a utilização de subprodutos da couve-brócolo na prevenção e tratamento da obesidade no âmbito do projeto “ValorizebyProducts”, anunciou a academia transmontana.

O projeto liderado pela UTAD, em Vila Real, conta com um financiamento de 235 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), tem a duração de três anos e está a “aliar a exploração de subprodutos dos brócolos aos benefícios da saúde humana”.

O objetivo do “ValorizebyProducts” é, segundo referiu a academia, em comunicado, “valorizar os subprodutos de brássicas (couve-galega, couve-bróculo, couve-flor) e explorá-los na forma de suplemento alimentar para a prevenção ou tratamento da obesidade, e ainda reduzir a quantidade e custos de produção de resíduos derivados destas culturas”.

Explicou que os “brócolos são reconhecidos como uma “fonte de nutrientes saudáveis”, pelo que este projeto pretende “valorizar os subprodutos na forma de suplementos dietéticos”.

“Neste estudo serão feitos ensaios preliminares em culturas de células para testar e perceber quais os componentes dos subprodutos dos brócolos que melhor podem ajudar no combate à obesidade. O componente que considerarmos mais promissor será inserido numa ração que será testada num modelo animal de obesidade”, explicou Eduardo Rosa, investigador da UTAD e coordenador do projeto.

O especialista acrescentou que os subprodutos resultantes da colheita destas plantas “podem ser uma boa fonte de compostos bioativos”, pelo que acredita que estes podem ser explorados e utilizados como um “extrato com potencial atividade biológica para prevenir ou retardar o início dos diversos processos patológicos associados à obesidade e respetivas comorbidades”.

O investigador salientou que estudos pré-clínicos mostram que estes compostos têm efeitos benéficos no tratamento de outras doenças, incluindo a diabetes e o cancro e referiu que se quer “agora testar os mesmos para o combate à obesidade”.

O projeto tem como segundo objetivo o “estímulo da economia circular”, já que os subprodutos resultantes da indústria agroalimentar são tratados como resíduos industriais e têm “impacto económico e ambiental negativos”.

“Por esse motivo, nos últimos anos, a investigação tem-se focado na transformação de subprodutos gerados no processamento de frutas e vegetais em vários produtos de valor acrescentado”, afirmou Eduardo Rosa.

Segundo a UTAD, em 2018, mais de 4,6 milhões de toneladas de brássicas foram produzidas na União Europeia e mais de 137 mil em Portugal, o que representa grandes quantidades de subprodutos com “impacto económico e ambiental negativos”.

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