
A organização dos Street Art Cities Awards revelou que várias regras do concurso foram violadas, levando a uma reavaliação dos resultados. O mural português, inicialmente premiado como o Melhor Mural do Mundo, ocupa, afinal, a quinta posição.
Portugal esteve em destaque internacional esta semana quando foi anunciado que o Melhor Mural do Mundo estava localizado em Alfaiates, uma pequena aldeia na Guarda. O trabalho, da autoria de Nuno Miles, foi distinguida pelos Street Art Cities Awards, um dos mais prestigiados prémios de arte urbana do mundo. No entanto, tudo mudou: a organização detetou irregularidades na votação e reviu o ranking.
“Na semana passada, terminámos a nossa quarta edição e foi a nossa maior em termos de interação nas redes sociais. Infelizmente, no início desta semana, descobrimos que alguns utilizadores tinham usado métodos para inflacionarem os votos de certos candidatos, o que vai contra as nossas regras”, lê-se no comunicado oficial.
Com a revisão, o novo vencedor é “Charanguista Andino”, do artista espanhol Cristóbal Persona. A organização garantiu que tomou medidas para corrigir os resultados e anunciou uma lista atualizada dos vencedores na categoria Escolha do Público. No comunicado, deixou claro que desconhece quem tentou manipular as votações e que considera improvável que os artistas nomeados tenham tido qualquer envolvimento.
O artista português Nuno Miles reagiu à decisão através das redes sociais. “Fui informado pela plataforma Street Art Cities que as votações para melhor mural do mundo foram sujeitas a revisão, cinco dias após a primeira publicação. Neste sentido, após revisão da plataforma, o mural ‘Touro Raiano’ marca, atualmente, a quinta posição”, escreveu num story do Instagram.
Ainda assim, o artista fez questão de agradecer o apoio recebido: “Esta revisão influenciou outros artistas, murais e posições. Agradeço todo o vosso apoio porque ficamos, agora sim oficialmente, no Top 5 dos melhores murais do mundo. Relembro que as votações foram recebidas, validadas e os resultados publicados pela plataforma, ao qual sou alheio, uma vez que o meu trabalho não foi sequer submetido a concurso por mim. Obrigado.”