O parlamento da Finlândia aprovou esta terça-feira, com uma ampla maioria, a adesão à NATO, permitindo que a candidatura oficial do país nórdico seja enviada para a sede da Aliança Atlântica.
Após uma sessão parlamentar de dois dias, durante a qual os deputados falaram, na segunda-feira, durante mais de 14 horas sem parar, o projeto de adesão foi adotado por 188 votos a favor (95%), oito contra e nenhuma abstenção.
A adesão da Finlândia à NATO marcará o fim de quase oito décadas de não-alinhamento.
Como esperado, o pedido de adesão foi esmagadoramente aprovado por todos os partidos políticos, incluindo a aliança de esquerda tradicionalmente anti-NATO.
Antes da votação final, a Comissão dos Negócios Estrangeiros da ‘Eduskunta’ (parlamento finlandês) deu o seu apoio unânime à entrada da Finlândia na Aliança, considerando-a a opção que oferece “a maior proteção adicional possível”.
Outra das mais importantes comissões parlamentares sobre esta questão, a Comissão de Defesa, também apoiou a adesão da Finlândia à NATO há uma semana como “a melhor solução de segurança” para o país nórdico, face às ameaças da vizinha Rússia.
Após a aprovação da ‘Eduskunta’, o Governo finlandês, liderado por Sanna Marin, deverá redigir o pedido formal de adesão à NATO e enviá-lo ao Presidente Sauli Niinistö para a sua assinatura.
Niinistö está em visita oficial à vizinha Suécia, cujo Governo rubricou o seu próprio pedido formal de adesão à NATO.
A intenção dos dois países nórdicos, que são parceiros próximos da NATO mas não membros, é apresentar as duas candidaturas simultaneamente entre terça e quarta-feira na sede da Aliança Atlântica, em Bruxelas.
Uma vez recebido o pedido, a NATO convidará a Finlândia e a Suécia a negociar as condições de adesão, conversações que se espera sejam muito curtas, dado que ambos os países preenchem os critérios.
Após a aprovação, caberá aos 30 Estados-membros da Aliança ratificar a adesão, um processo que até há poucos dias parecia uma simples formalidade mas que poderá ser complicado pela súbita oposição da Turquia, que acusa a Finlândia e a Suécia de albergarem “terroristas” curdos.
O Presidente Niinistö e a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, irão viajar para Washington na quinta-feira para se encontrarem com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com quem debaterão as suas candidaturas à NATO.
A questão da adesão à NATO foi suscitada em Estocolmo e em Helsínquia pelo agravamento da situação de segurança causada pela guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa, em 24 de fevereiro.
A Rússia partilha uma fronteira terrestre com a Finlândia com uma extensão de mais de 1.300 metros e uma fronteira marítima com a Suécia.